quarta-feira, 15 de maio de 2019

Oxumaré a serpente arco-íris


Oxumaré a serpente arco-íris
O Orixá Oxumaré é a serpente arco-íris que representa a mobilidade e a atividade, ele é dúbio sendo ao mesmo tempo macho e fêmea, esta dupla natureza se faz clara nas cores vermelha e azul que cercam o arco-íris, essa dualidade representa o ciclo da vida, pois na união entre masculino e feminino é que a vida se perpetua.
Oxumaré é um Orixá masculino, duplo, que pertence à água e à terra. Ele exprime a união de opostos que se atraem e proporcionam a manutenção do universo e da vida. Sintetiza a duplicidade de todo o ser: mortal (no corpo) e imortal (no espírito).
Ele é símbolo da continuidade e da permanência e, algumas vezes é representado por uma serpente que enrosca e morde a própria calda, formando assim um círculo fechado.Em algumas culturas dizem que ele tem aparência humana por seis meses e aparência de serpente nos outros seis meses.
No Candomblé acredita-se que Oxumaré sustenta a Terra e a impede de desintegrar, pois o universo é dinâmico e a Terra também se encontra em constante movimento, se um dia Oxumaré perder suas forças o mundo acabará. Ele também está muito ligado a prosperidade e a riqueza.

Itan: Oxumaré desenha o arco-íris no céu para estancar a chuva
Conta-se que Oxumaré não tinha simpatia pela chuva.
Toda vez que ela reunia suas nuvens e molhava a terra por muito tempo,
Oxumaré apontava para o céu ameaçadoramente com sua faca de bronze e fazia com que a chuva desaparece, dando lugar ao arco-íris.
Um dia Olodumare contraiu uma moléstia que o cegou.
Chamou Oxumaré, que da cegueira o curou. Olodumare temia, entretanto perder a visão novamente e não permitiu que Oxumaré voltasse à terra para morar.
Para ter Oxumaré por perto, determinou que morasse com ele, e que só de vez em quando viesse à terra em visita, mas só em visita.
Enquanto Oxumaré não vem a terra, todos podem vê-lo no céu com sua faca bronze, sempre se fazendo no arco-íris para estancar a chuva.
Oxumaré é um orixá encantado mora no céu e vem à Terra visitar-nos através do arco-íris. Ele é uma grande cobra que envolve a Terra e o céu e assegura a unidade e a renovação do universo. Em nós ele trabalha a energia de transformação e renovação, ele proporciona a abundancia (o pote de ouro no final do arco-íris) quando nos transformamos, ele ao mesmo tempo traz para nossa vida a energia de mudança e proporciona a recompensa por essa transformação.

O culto a Dan (serpente)

Na África Oxumaré é originário de Mahi, ex Daomé mesmo local de sua mãe Nanã. As contas azuis, segi para os iorubás, são chamadas de Danni (excremento de serpente). Segundo a tradição essas contas são encontradas sob a terra, onde elas teriam sido evacuadas pelas serpentes, dizem que elas têm um valor equivalente a ouro. Dan é a divindade que traz as riquezas para os homens, por essa razão que Oxumaré também é associado a prosperidade e riquezas.

Ouroboros é um conceito representado pelo símbolo de uma serpente, que morde a própria cauda. Assim, a palavra significa “aquele que devora a própria cauda”. Simboliza o ciclo da evolução voltando-se sobre si mesmo. O símbolo contém as ideias de movimento, continuidade, autofecundação e, em consequência, eterno retorno. Ele também é usado como representação da criação do Universo e de tudo aquilo que é tido como eterno e infinito.

Arco-íris e os 7 chakras

Oxumaré está presente em nós nas cores do arco-íris, associados aos nossos chakras e ao nosso equilíbrio. Cada cor do arco-íris está ligada a um chakra, emoção e padrão, segue abaixo uma leve associação:

Violeta – Está associado ao Sahasra chacra coroa ou da cabeça, quando a energia e a cor violeta fluem neste chakra traz consciência e percepção da espiritualidade. Violeta é uma cor fria, aumenta o magnetismo pessoal, possui efeito curativo sobre todas as formas de neurose, estimula contato com lado espiritual, proporciona purificação, libertação dos medos e transmutação.

Índigo (anil) – Está associado ao Ajña, chakra Frontal ou terceiro olho, quando a energia e a cor índigo fluem neste chakra traz concentração, intuição, imaginação, sabedoria, realização espiritual e pessoal. O Índigo é uma cor fria, purifica, limpa, clareia, relaxa e libera a mente e o corpo físico dos medos, fobias, pensamentos destrutivos e sentimentos de inferioridade

Azul claro – Está associado ao Visuddha, chakra da garganta ou laríngeo, quando a energia e a cor azul fluem neste chakra, traz melhor comunicação, conhecimento, criatividade, lealdade, honestidade e integração. Azul claro é uma cor fria, simboliza a água possui propriedades calmantes e tranquilizante e melhora a comunicação.

Verde – Está associado ao Anahata, Chakra cardíaco ou do coração, quando a energia e a cor verde fluem neste chakra traz paixão, compaixão, perdão, amor, empatia, equilíbrio e harmonia. Verde é uma cor fria que remete a natureza e que ajuda a promover o equilíbrio interno, diminui o estresse, proporciona bem-estar físico e mental, liberdade, crescimento e saúde.

Amarelo – Está associado ao Manipura, chakra do plexo solar, quando a energia e a cor amarela fluem neste chakra traz autocontrole, energia, bom humor, poder e estabilidade pessoal e transformações. Amarelo é uma cor quente que remete ao sol, melhora o humor, o otimismo, auxilia na prosperidade e riquezas.
Laranja – Está associada ao Svadhisthana, o chakra esplênico ou umbilical, quando a energia e a cor laranja fluem neste chakra traz tolerância, movimentação, desejo, emoção e prazer. Laranja é uma cor quente ligada a alegria, vitalidade, sucesso, criatividade e assimilação de novas ideias.

Vermelho – Está associada ao Muladhara, o Chakra Básico, quando a energia e cor vermelho fluem neste chakra traz estabilidade, segurança e paciência. Vermelho é uma cor quente ligada a terra, aumenta a energia e vitalidade, eleva a autoestima e está associada a paixão e a sexualidade.

Precisamos diariamente de todas as cores do arco-íris para nos mantermos em equilíbrio e plenos na nossa caminhada, precisamos de Oxumaré em nossas vidas, movimentando as energias e nos transformando em pessoas melhores.

·         Dia da semana: Terça-feira
·         Saudação: Arroboboi Oxumaré (“Salve o Senhor do Arco-íris” ou “Salve o Senhor dos Ciclos”.)
·         Instrumento: Ebiri (espécie de vassoura feita com nervuras das folhas de palmeira) e serpente de ferro forjado
·         Cores: Amarelo e preto, 7 cores do arco-íris
·         Oferendas: Batata doce, Melão, uva verde com mel, bananas, mamão e manga ,girassol, Rosas amarelas, Hibisco e flores amarelas.


Minhas mais humildes reverencias!
Arroboboi Oxumaré!
Juliane Camargo
Bibliografia:
As Cartas dos Orixás – Celina Fiovarani – São Paulo: Ed. Pensamento, 2009;
Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi – São Paulo: Ed. Companhia das letras, 2001.
Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns na Bahia de todos os santos, no Brasil e na antiga costa dos escravos, na África – Pierre Verger – tradução: Carlos E.M Moura – São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 2012;

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