Oxumaré a serpente arco-íris
O
Orixá Oxumaré é a serpente arco-íris que representa a mobilidade e a atividade,
ele é dúbio sendo ao mesmo tempo macho e fêmea, esta dupla natureza se faz
clara nas cores vermelha e azul que cercam o arco-íris, essa dualidade
representa o ciclo da vida, pois na união entre masculino e feminino é que a
vida se perpetua.
Oxumaré
é um Orixá masculino, duplo, que pertence à água e à terra. Ele exprime a união
de opostos que se atraem e proporcionam a manutenção do universo e da vida.
Sintetiza a duplicidade de todo o ser: mortal (no corpo) e imortal (no
espírito).
Ele
é símbolo da continuidade e da permanência e, algumas vezes é representado por
uma serpente que enrosca e morde a própria calda, formando assim um círculo
fechado.Em algumas culturas dizem que ele tem aparência humana por seis meses e
aparência de serpente nos outros seis meses.
No
Candomblé acredita-se que Oxumaré sustenta a Terra e a impede de desintegrar,
pois o universo é dinâmico e a Terra também se encontra em constante movimento,
se um dia Oxumaré perder suas forças o mundo acabará. Ele também está muito
ligado a prosperidade e a riqueza.
Itan: Oxumaré desenha o arco-íris no
céu para estancar a chuva
Conta-se
que Oxumaré não tinha simpatia pela chuva.
Toda vez que ela reunia suas nuvens e
molhava a terra por muito tempo,
Oxumaré apontava para o céu
ameaçadoramente com sua faca de bronze e fazia com que a chuva desaparece,
dando lugar ao arco-íris.
Um dia Olodumare contraiu uma moléstia
que o cegou.
Chamou Oxumaré, que da cegueira o curou.
Olodumare temia, entretanto perder a visão novamente e não permitiu que Oxumaré
voltasse à terra para morar.
Para ter Oxumaré por perto, determinou
que morasse com ele, e que só de vez em quando viesse à terra em visita, mas só
em visita.
Enquanto Oxumaré não vem a terra, todos
podem vê-lo no céu com sua faca bronze, sempre se fazendo no arco-íris para
estancar a chuva.
Oxumaré
é um orixá encantado mora no céu e vem à Terra visitar-nos através do
arco-íris. Ele é uma grande cobra que envolve a Terra e o céu e assegura a
unidade e a renovação do universo. Em nós ele trabalha a energia de
transformação e renovação, ele proporciona a abundancia (o pote de ouro no
final do arco-íris) quando nos transformamos, ele ao mesmo tempo traz para
nossa vida a energia de mudança e proporciona a recompensa por essa
transformação.
O
culto a Dan (serpente)
Na África Oxumaré é
originário de Mahi, ex Daomé mesmo local de sua mãe Nanã. As contas azuis, segi
para os iorubás, são chamadas de Danni (excremento de serpente). Segundo a
tradição essas contas são encontradas sob a terra, onde elas teriam sido
evacuadas pelas serpentes, dizem que elas têm um valor equivalente a ouro. Dan
é a divindade que traz as riquezas para os homens, por essa razão que Oxumaré
também é associado a prosperidade e riquezas.
Ouroboros é um conceito representado pelo símbolo de uma serpente, que morde a própria cauda. Assim, a palavra significa “aquele
que devora a própria cauda”. Simboliza o ciclo da evolução voltando-se sobre si mesmo. O símbolo contém
as ideias de movimento, continuidade, autofecundação e, em consequência, eterno retorno. Ele também é usado como representação da criação do Universo e
de tudo aquilo que é tido como eterno e infinito.
Arco-íris e os 7 chakras
Oxumaré está presente em nós nas cores do arco-íris, associados
aos nossos chakras e ao nosso equilíbrio. Cada cor do arco-íris está ligada a
um chakra, emoção e padrão, segue abaixo uma leve associação:
Violeta – Está associado ao Sahasra chacra coroa ou da cabeça, quando a energia
e a cor violeta fluem neste chakra traz consciência e percepção da
espiritualidade. Violeta é uma cor fria, aumenta o magnetismo
pessoal, possui efeito curativo sobre todas as formas de neurose,
estimula contato com lado espiritual, proporciona purificação, libertação dos
medos e transmutação.
Índigo (anil) – Está associado ao Ajña, chakra Frontal ou terceiro olho, quando
a energia e a cor índigo fluem neste chakra traz concentração, intuição,
imaginação, sabedoria, realização espiritual e pessoal. O Índigo é uma cor
fria, purifica, limpa, clareia, relaxa e libera a mente e o corpo físico dos
medos, fobias, pensamentos destrutivos e sentimentos de inferioridade
Azul claro – Está associado ao Visuddha, chakra da garganta ou laríngeo,
quando a energia e a cor azul fluem neste chakra, traz melhor comunicação,
conhecimento, criatividade, lealdade, honestidade e integração. Azul claro é
uma cor fria, simboliza a água possui propriedades calmantes e tranquilizante e
melhora a comunicação.
Verde – Está associado ao Anahata, Chakra cardíaco ou do coração,
quando a energia e a cor verde fluem neste chakra traz paixão, compaixão,
perdão, amor, empatia, equilíbrio e harmonia. Verde é uma cor fria que remete a
natureza e que ajuda a promover o equilíbrio interno, diminui o estresse,
proporciona bem-estar físico e mental, liberdade, crescimento e saúde.
Amarelo – Está associado ao Manipura, chakra do plexo solar, quando a
energia e a cor amarela fluem neste chakra traz autocontrole, energia, bom
humor, poder e estabilidade pessoal e transformações. Amarelo é uma cor quente
que remete ao sol, melhora o humor, o otimismo, auxilia na prosperidade e
riquezas.
Laranja – Está associada ao Svadhisthana, o chakra esplênico ou umbilical,
quando a energia e a cor laranja fluem neste chakra traz tolerância,
movimentação, desejo, emoção e prazer. Laranja é uma cor quente ligada a
alegria, vitalidade, sucesso, criatividade e assimilação de novas ideias.
Vermelho – Está associada ao Muladhara, o Chakra Básico, quando a energia e
cor vermelho fluem neste chakra traz estabilidade, segurança e paciência.
Vermelho é uma cor quente ligada a terra, aumenta a energia e vitalidade, eleva
a autoestima e está associada a paixão e a sexualidade.
Precisamos diariamente de todas as cores do arco-íris para nos
mantermos em equilíbrio e plenos na nossa caminhada, precisamos de Oxumaré em
nossas vidas, movimentando as energias e nos transformando em pessoas melhores.
·
Dia
da semana: Terça-feira
·
Saudação:
Arroboboi Oxumaré (“Salve o Senhor do Arco-íris” ou “Salve o Senhor dos
Ciclos”.)
·
Instrumento:
Ebiri (espécie de vassoura feita com nervuras das folhas de palmeira) e
serpente de ferro forjado
·
Cores:
Amarelo e preto, 7 cores do arco-íris
·
Oferendas:
Batata doce, Melão, uva verde com mel, bananas, mamão e manga ,girassol, Rosas
amarelas, Hibisco e flores amarelas.
Minhas
mais humildes reverencias!
Arroboboi
Oxumaré!
Juliane
Camargo
Bibliografia:
As
Cartas dos Orixás – Celina Fiovarani – São Paulo: Ed. Pensamento, 2009;
Mitologia
dos Orixás – Reginaldo Prandi – São Paulo: Ed. Companhia das letras, 2001.
Notas
sobre o culto aos Orixás e Voduns na Bahia de todos os santos, no Brasil e na
antiga costa dos escravos, na África – Pierre Verger – tradução: Carlos E.M
Moura – São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 2012;
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