terça-feira, 4 de dezembro de 2018

ॐ Satsaṅgas à Śrī Lakṣmī e Śrī Gaṇeśa -


Todas as Glórias à Śrī Guru Mahārājācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!
Todas as Glórias à Śrī Mahādeva!
Todas as Glórias à Śrī Bhagavan!
Todas as Glórias à Śrī Śakti Devī!
Todas as Glórias à Śrī Śrī Mahālakṣmī Devī e Śrī Śrī Mahāgaṇapati!


Neste mês de dezembro, nos Templos Polimatas de Campinas e Mairiporã, celebramos o encerramento de mais um ciclo junto aos pés de lótus de Śrī Mahālakṣmī e Śrī Gaṇeśa, agradecendo as oportunidades concedidas em mais uma ano de muito trabalho, superação e devoção.

Śrī Lakṣmī

É a personificação do esplendor, da beleza, da riqueza e da prosperidade dentro da Cultura Védica.

Śrī Lakṣmī
É a śakti de Śrī Viṣṇu, usualmente retratada aos pés de lótus de seu amado, quando este é conceitualizado como Śrī Nārāyaṇa. Assim, é sua contraparte feminina e, enquanto a potência energética do Mantenedor do Universo, é aquela que concede a bênção que permite ao devoto a “identificar e compreender seus objetivos” – eis o significado de seu nome, em sânscrito – além do véu de māyā, a ilusão material que ela mesma manifesta.

É também uma das Grandes Mães do Sanātanadharma. Sob a ótica mais popular, ao lado de Śrī Sarasvatī (consorte de Śrī Brahmā, aquele que cria) e Śrī Pārvatī (consorte de Śrī Śiva, aquele que destrói/transforma), forma a Tridevī – versão feminina da Trimūrti, a Trindade Suprema do panteão hindu.

Iconografia

Em sua iconografia mais usual, aparece com quarto braços, que representam os quarto grande objetivos da humanidade: dharma (a busca pela vida justa, ética e moral), artha (desenvolvimento dos meios materiais), kāma (a realização emocional, o prazer) e mokṣa (a liberação última, alcançada através do autoconhecimento).

As flores de lótus que Śrī Lakṣmī carrega em suas mãos posteriores representam jñāna (o verdadeiro conhecimento), a autorrealização, a consciência, o karman e a pureza, através da analogia da mais linda flor de luz que nasce em meio às águas pantanosas da ignorância.

Em uma de suas mão anteriores, em abhayamudrā, ela concede a bênção do destemor, de onde jorram moedas de ouro, que simbolizam a infinita riqueza material e espiritual de sua natureza. Em sua outra mão, em varadamudrā, concede a bênção da benevolência e caridade (dāna).

Seu vāhana (montaria) é Ulūka, a coruja. Simboliza proteção, paciência, inteligência e sabedoria, mantendo-se atenta na escuridão. Todavia, por ser um animal noturno, que não enxerga de forma plena sob luz do dia, também representa a tendência natural do sādhaka (caminhante espiritual) em buscar excessiva ou exclusivamente a riqueza material em detrimento à prosperidade espiritual.

Śrī Lakṣmī possui oito manifestações secundárias, cujo conjunto é conhecido como Aṣṭalakṣmī (aṣṭa = oito, em sânscrito), relacionadas a oito fontes de riqueza, e que representam as principais potências de Śrī Mahālakṣmī, sua manifestação enquanto a Suprema Śaktidevī:

-       Ādi Lakṣmī: sua manifestação primordial, a śakti de Śrī Viṣṇu;
-       Dhana Lakṣmī: aquela que concede a riqueza material;
-       Dhānya Lakṣmī: aquela que concede a riqueza na agricultura;
-       Gaja Lakṣmī: aquela que concede o poder da realeza;
-       Santāna Lakṣmī: aquela que protege a prole;
-       Vīra Lakṣmī: aquela que concede a coragem e a força;
-       Vijaya Lakṣmī: aquela que concede a vitória sobre os obstáculos
-       Vidyā Lakṣmī: aquela que concede o conhecimento, também nas artes e ciências.

Aṣṭalakṣmī.

Śrī Gaṇeśa

Usualmente, também conhecido como Gaṇapati (“Senhor dos Gaṇas”, a guarda de Śrī Śiva), é o deus com cabeça de elefante, uma das Deidades mais populares do hinduísmo.

Śrī Gaṇeśa.

É a personificação da vijñāna (sabedoria) e de buddhi (intelecto). Resplandecente, é também Śrī Vighneśvara, o “Senhor dos obstáculos”, aquele que abre os caminhos do sādhaka para a realização material, emocional e espiritual, mas que também cria impedimentos que ajudam a fechar as portas das tentações que atrapalham o caminho dhármico.  É “a porta de entrada” do panteão hindu, bem como o Senhor da escrita e do aprendizado.

Filho de Śrī Pārvatī e Śrī Śiva, o casal cósmico, possui diversas histórias diferentes que narram seu aparecimento. Em uma das mais famosas alegorias, conta-se que teve seu corpo moldado em argila por sua mãe, com uma cabeça humana; após conferir-lhe o sopro da vida, Śrī Pārvatī designou-o como guardião de sua residência, enquanto seu pai viajava pelos Himalayas. Obteve então sua cabeça de elefante após de decapitado pelo próprio pai, que ainda não o conhecia, quando impediu que o mesmo adentrasse sua casa.

Desesperada pelo sentimento de perda de sua criança, a Senhora da Montanha (“pārvatī”, em sânscrito) projeta toda sua fúria sobre Śrī Mahādeva, , manifestando a natureza protetora de sua essência materna, transformando-se em Śrī Durgā. Assim, tomado pelo remorso, Śrī Śiva se compromete com a reverter o incidente e designa a seus servos uma busca pelo primeiro ser que fosse encontrado dormindo virado para o norte.

Retornam com uma imponente cabeça de elefante, que então substitui a que havia sido decepada. Para amenizar o desgosto de sua consorte, Śrī Śiva declara que aquele é seu primogênito, elevando-o ao status de Deidade, concedendo-lhe o comando de suas tropas e instituindo sua adoração antes de quaisquer rituais e demais atividades religiosas.

Iconografia

A cabeça de elefante de Śrī Gaṇapati apresenta uma quase que imperceptível boca e grandes orelhas, uma analogia ao “falar menos, ouvir mais”. Os grandes olhos representam a visão que alcança além da aparente realidade material e a presa quebrada representa o sacrifício dhármico de Śrī Ekadanta (“Aquele que tem somente uma presa”), que autoflagelou-se para registrar em texto a narração do grande épico Mahābhārata, ditado pelo santo Vyāsadeva.

Usualmente é representado com quatro braços. Em suas mão posteriores, segura paraśu (machado), para cortar o denso apego ao mundo material e pāśa (corda), para obstruir ou liberar o caminho do devoto. Em suas mãos anteriores, concede abhayamudrā (a bênção do destemor) e segura um pote de doces (modakas ou laḍḍus), que representam os doces frutos em recompensa ao trabalho dhármico.

Apresenta o abdômen avantajado pois carrega em si passado, presente e futuro: todo o cosmos. Também representa sua generosidade, a sincera e total aceitação e proteção que ele assegura ao Universo.

Possui diversos vāhanas, que variam de acordo com as diversas manifestações de Śrī Gaṇapati: vāsuki (a naja sagrada), mayūra (o pavão), siṃha (o leão), e, o mais famoso, mūṣaka (o rato), que representa tamoguṇa, os desejos.

Dentre as muitas manifestações de Śrī Gaṇeśa, oito delas são destacadas:

-       Vakratuṇḍa: aquele que possui a tromba curvada, representa a vitória sobre a inveja;
-       Ekadanta: aquele que possui somente uma presa, vale à superação da arrogância;
-       Mahodara: aquele que possui uma grande barriga, personifica a derrota da ilusão e da ignorância;
-       Gajānana: aquele que possui a face de um elefante, simboliza o triunfo diante da ganância;
-       Lambodara: literalmente, “o barrigudo”, representa a conquista da ira;
-       Vikaṭa: o deformado, vale ao controle dos desejos;
-       Vighnarāja: o rei dos obstáculos, personifica a superação do ego;
-       Dhūmravarṇa: aquele que possui cor de fumaça, simboliza a superação do orgulho.

O Senhor dos Obstáculos.

Assim, considerando que Śrī Lakṣmī e Śrī Gaṇeśa não são um casal propriamente dito, como Śrī Rādhākṛṣṇa ou Śrī Pārvatī e Śrī Śiva, a adoração de ambos em conjunto se dá pela similaridade e união complementar de suas simbologias, relacionadas à bem-aventurança e realização, a sutileza e doçura divinas.

Por fim, a riqueza e a prosperidade concedidas por Śrī Lakṣmī só podem ser alcançadas pelo sādhaka que superou os obstáculos de sua vida através do trabalho dhármico ensinado por Śrī Gaṇapati. Da mesma forma, de nada vale o esplendor sem sabedoria, e não se alcança a abundância sem um afiado intelecto.

Invocações Mântricas para o ritual:

श्रीलक्ष्मी
Śrī Lakṣmī

गायत्री
gāyatrī

ॐ श्महालक्ष्म्यै विद्महे
विष्णुपत्न्यै च धीमहि ।
तन्नो लक्ष्मी प्रचोदयात् ॥

auṃ mahālakṣmyai vidmahe
viṣṇupatnyai ca dhīmahi 
tanno lakṣmī pracodayāt 

Contemplamos aquela que é a Suprema Śaktidevī,
Meditamos por compreensão n’aquela que é a consorte de Śrī Viṣṇu
Reverenciamo-nos Àquela que concede a realização de nosso dharma, para que nos ilumine com sabedoria.

बीजमन्त्र
bījamantra

ॐ श्रीमहालक्ष्म्यै नमः

auṃ śrīṃ mahālakṣmyai namaḥ

Reverenciamo-nos à Suprema Saktidevī.

श्रीगणेश
Śrī Gaṇeśa

गायत्री
gāyatrī

ॐ एकदन्ताय विद्महे
वक्रतुण्डाय धीमहि ।
तन्नो दन्तिः प्रचोदयात् ॥

auṃ ekadantāya vidmahe
vakratuṇḍāya dhīmahi 
tanno dantiḥ pracodayāt 

Contemplamos aquele que possui uma única presa,
Meditamos por compreensão n’aquele que tem a tromba curvada
Reverenciamo-nos àquele que possui presas, para que nos ilumine com sabedoria.

बीजमन्त्र
bījamantra

ॐ गं गणपतये नमः

auṃ gaṃ gaṇapataye namaḥ

Reverenciamo-nos ao Senhor dos Gaas.

* Sobre os bījas:

-       śrīm: sílaba de força lunar, que remete ao amor e devoção, à beleza, à fé e à rendição. Promove o desenvolvimento positivo junto ao Esplendor Divino;
-       ga: de força solar, remete ao elemento terra e à manifestação material,  do Dharma. Promove o desenvolvimento do intelecto e da sabedoria.

Os mantras serão aprofundados em nossa aula de língua sânscrita aplicada ao mantrayoga, que acontece por volta das 21h, antes dos rituais.

Nossos satsaṅgas com Ayahuasca à Śrī Mahālakṣmī Devī e Śrī Mahāgaṇapati e acontecem no próximos sábados, dia 08/12, no Templo Polimata  de Campinas dia 15/12 no TemploPolimata de Mairiporã, a partir das 19h.

Em Mairiporã, no dia 16/12, teremos o tradicional almoço beneficente de encerramento, seguido da maṇḍala de prosperidade em um lindo ritual realizado pelo nosso querido Gurujī à Śrī Lakṣmī. Gentilmente solicitamos aos participantes que tragam flores e frutos para a realização desta ritualística.

Siga a programação dos eventos de Campinas e Mairiporã no Facebook.

Mais informações sobre rituais no site da Ordem Polimata.

Todas as Glórias à Śrī Guru Mahārāja Ācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!

Todas as Glórias à Śrī Śrī Mahālakṣmī e Śrī Śrī Mahāgaṇapati.

Minhas mais humildes, sinceras e profundas reverências,

Yuri D. Wolf.
सङ्कटमोचन

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Reflexões de Sabedoria 2

Termine sempre o que começar.

Para que possamos ter a oportunidade de sermos realizadores e vitoriosos na vida, devemos levar este pensamento muito a sério. Nosso campo de ação ocorre em 3 níveis basicamente, dentro da matéria o mundo dos fenômenos, através das emoções e sentimentos vivenciados em nosso mundo mental e o mundo espiritual que transcende nossa limitada consciência dentro dos mundos material e mental.
Seja você um buscador da matéria ou espiritual, a base para que possamos avançar é a mesma: dedicação, impecabilidade e persistência para que possamos enviar a nós mesmos e aos outros que nos cercam materialmente ou espiritualmente, que somos a pessoa certa para o desafio que se apresentar.
Eu lhes pergunto, em quem confiariam a incumbência de uma grande responsabilidade como um cargo de direção ou mesmo presidência de uma grande empresa ou mesmo a missão importante para a humanidade? Em uma pessoa que se manifesta em ação como um realizador ou seria melhor o “amigo” com desculpas já organizadas?

Missão dada, missão comprida.

Quando concluímos o que iniciamos demonstramos e sinalizamos a Todos e ao Universo esta capacidade energética de finalizar a nossas iniciativas como guerreiros mediante uma missão. Acredite em sua capacidade, como os cristãos dizem, “Cada um recebe a cruz que pode carregar”.
Se você acreditar em você e conhecer a si mesmo, com isso serás capaz de realizar qualquer missão que se propor.

Reflita: Se você não acreditar em si, porque outro acreditaria?

Cada missão nos abre um universo novo de conhecimento que será somado em sua Magnus Opus, manifestando uma solução alquímica toda Sua, realizadora, transmutando você, em um novo Ser, mais profissional, mais responsável, mais consciente, mais iluminado.
Porém devo alertar a todos, dedique-se com alegria e amor, pois esta energia transcende a nossa realização, sendo assim transmitida a todos que se envolvem no processo, conduzindo nossa prosperidade e riqueza de propósito, com isso tudo flui naturalmente.

Cada pedra no caminho é um degrau para nossa ascensão ou uma parede, você que decide através de sua conduta para com a pedra.

 Quando tomamos consciência que a jornada se realiza no dia-a-dia, que somos os causadores de nossos próprios infortúnios através de nossas ações, palavras e conduta, consciente como no texto anterior, você tem uma chance de transformar cada problema em uma oportunidade de avanço nos três campos de ação.

Fazer o certo, normalmente é o mais difícil a ser realizado.

Caminhamos pelo caminho fácil, sem dor ou mesmo profundidade, com isso buscamos uma via segura. No Brasil existe uma expressão que fala sobre a Lei de Gerson, isto é buscar o caminho mais fácil para atingir o que se deseja, buscar vantagem por influência, corrupção e assim vai. Literalmente é mais fácil seguir o Mal e a Hipocrisia, do que a Verdade, União, Amor e Alegria.
Caminhamos Karmicamente, porém desejando os frutos do Dharma. ACORDE deste sonho!
Todo ser humano de sucesso, concluiu a sua obra, social, material, emocional ou espiritual, assim revelando o seu poder que pode em alguns casos se resumirem em persistência, devoção, compromisso, amor, firmeza de caráter, humildade, determinação, harmonia, força, gentileza.... Encontre o seu caminho e a sua missão que seja material, social, mental ou com alegria e amor espiritual, mas faça AGORA, pois HOJE é o dia certo J
Termine a sua Grande obra que é VOCÊ, caminhando com verdade, seriedade e o coração, assim, será um bom caminho.
CONCLUA  ....   FINALIZE


Atenciosamente, deste simples servo do caminho.
Mahasurya Swami

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Animal de Poder - Beija-Flor

Força do Beija-Flor

  Beija-flor, conhecido por muitos nomes como, Colibri, PicaFlor, Hummingbird, Cuitelo, Pindo, etc. é um dos animais símbolo do continente americano, sua presença está documentada desde o norte no Alasca até o extremo sul na Terra do Fogo. Muitas culturas (se não todas!) ao longo deste território se encantaram pela pequena ave de movimentos rápidos, cores brilhantes e uma capacidade de voar muito diferente de qualquer outro pássaro.
  Devido ao seu aspecto único ela tocou de cheio o imaginário e o espiritual dessas nações gerando inúmeros contos e lendas para tentar traduzir ao consciente o que a presença de uma pequena ave desta trás a alma de cada indivíduo. Seus significados variam como mensageiro divino por excelência, talvez por voarem em todas as direções inclusive ficar parado no ar, simbolizem a capacidade de deslocamento entre os planos, dos mais elevados aos mais baixos e estacionar onde for necessário. Xamãs, Pajés , Curadores, Medicine Men, e toda a gama de curandeiros do continente evocam o espirito do beija-flor em suas curas, canções e danças.
  Também a simbologia do amor, rogando ao fato primordial da polinização o ato de fecundar algumas espécies de flores, podendo ser evocado o fato desta espécie ter ficado conhecida como beija-flor em algumas partes. Uma lenda do povo Taino de Porto Rico diz que antigamente existia um casal muito apaixonado, porém os jovens, cada um pertencente a uma tribo rival, não podiam ficar juntos devido a pressão da família, amigos e costumes da época, para fugir do problema rogaram ao grande espirito para que os ajudasse, transformando assim um em um beija-flor e outra em uma linda flor vermelha e assim ambos puderam resplandecer seu amor trazendo abundância e beleza para toda a floresta.
 Nota nota curiosa a respeito desse pássaro é que ele só voa de dia, nas noites frias ele chega quase a parar seus batimentos num estado de quase coma, porém quando o sol aparece ele "renasce" sendo assim, também, um símbolo do renascimento do ser, principalmente para os povos Andinos. Para algumas nações amazônicas a presença do beija-flor é a própria presença de Deus.

Poderes Associados ao Beija-Flor

Cura
Amor
Presença Divina
Agilidade
Alegria
Renascimento
Beleza
Delicadeza


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Convidamos a todos a se aprofundarem no estudo do beija-flor junto a fogueira e a sagrada medicina da ayahuasca.


terça-feira, 6 de novembro de 2018

Primeiro Trabalho Huni Kuin No Templo Polimata Boituva

 Tribo Huni Kuin desembarca em terras boituvenses

  Neste mês de outubro passado tivemos a honra e o prazer de conhecer e partilhar alguns momentos com dois integrantes da tribo Huni Kuin, residentes do estado do Acre, são eles: Pajé Arumuya Ninawa Ukan Baikamaki Kanpunuah, pajé erveiro e professor da associação dos curadores Huni Kuin, profundo conhecedor das diferentes medicinas da florestas seus usos e tipos de tratamento, além de importante ativista junto a luta por demarcação de terras indígenas do povo Huni Kuin, com ele vem seu sobrinho, Txuã pakamayte, cantor, cacique, articulador do povo huni kuin e um aprendiz e professor do caminho de cura, é uma importante liderança em sua aldeia próximo a cidade de feijó.
  A Seguir, algumas imagens das atividades e de sua passagem tão marcante em nosso Templo: 











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Convidamos a todos a aproveitarem a última oportunidade em ter essa vivência junto aos conhecimentos ancestrais da tribo Huni Kuin nos dias 23 e 24 de novembro.


domingo, 14 de outubro de 2018

Reflexões de Sabedoria 1

 “Fixe a atenção em si mesmo, seja consciente em cada instante do que pensa, sente, deseja e faz.”

Perdemos muito tempo observando os outros, suas ações e resultados. Perdendo assim o foco no que realmente importa, que somos nós próprios, ao nos afastarmos de nosso Ser, buscando observar outros e nos piores casos de forma obcecada ser o outro ou mesmo ter o que o outro conquistou, perdemos a oportunidade de alcançarmos através de nosso próprio merecimento e força, pois encontramo-nos a reagir a ação do próximo, deixamos de ser observadores e arquitetos que nossa vida e mundo, e ficamos presos por este carcereiro, já que você se permitiu fixar a sua atenção ao outro e não à si próprio. Liberte-se, escolha VOCÊ e deixe de ser seu próprio inimigo, o poder que seu inimigo possui é você que determina e concede devido ao apego a velhos hábitos e pensamentos destrutivos, quando manifestamos estes pensamentos ficamos também presos na destruição que desejamos.
Ao sermos conscientes de nos próprios, fixamos naturalmente a atenção em nós mesmos, assim podemos voltar para o campo da ação e não da reação. Neste Dharmaksetre que é a batalha e campo de peregrinação de vida pelo caminho do Dharma, das boas ações e iluminação, para que possamos ter alguma chance de iluminação devemos ter consciência desta batalha que se manifesta no pensamento, nas emoções, nos desejos e ações. No talmud diz:

“Preste atenção em teus pensamentos,
pois eles se tornarão palavras.
Preste atenção em tuas palavras,
pois elas se tornarão em atos.
Preste atenção em teus atos,
  pois eles se tornarão em hábitos.
Preste atenção em seus hábitos,
pois eles se tornarão teu caráter.
Preste atenção em teu caráter,
pois ele é teu destino.”

Mediante a forma que cada um de nós pensamos geramos as emoções e substancias bioquímicas em
sintonia, gerando paz, harmonia, raiva, ódio... O ser humano responde emocionalmente a estímulos bioquímicos assim se alimentando das próprias emoções.
Como existem pessoas que se alimentam de amor, harmonia, outros buscam o ódio, raiva, inveja. Cada um recebe o que deseja, assim será no final desta peregrinação.
A busca dhârmica de bons pensamentos e ações e parte essência da jornada espiritual do verdadeiro caminhante, aprender a lidar com a emoções conflitantes entre o que sentimos e o que pensamos e a mais importante batalha que Budha se refere, pois os pensamentos e emoções nutrem os desejos.
Budha diz que este e um mundo essencialmente de desejos, assim que realizamos um, criamos outro, num círculo aparentemente interminável, até que você assim limite os bons pensamentos, ações assim manifestando desejos mais plenos de evolução para si e os outros, um bom satori que uso é:

“Eu desejo receber em dobro o que lhe desejo”

Sejas o caminho de iluminação que desejas e contribua com o próximo sobre o mesmo prisma.
Em busca desta consciência que transcende o que acreditados, afinal, nem tudo o que acreditamos é verdade, podemos fazer o “certo”, a ação dharmica, termos a ação mais plena e equilibrada entre nosso próprio extremismo, isso é realmente evolução, estarmos consciente de nossos pensamentos, sentimentos e desejos, reflete nossa ação e aprendendo o que e como somos realmente, a mais pura verdade sobre nós carece de observação e aceitação.     
Agir dharmicamente se refere simplesmente a agir em pró da evolução espiritual de você enquanto alma espiritual inicialmente, tudo o que lhe ajuda a se aproximar mais da verdade em relação a você, Deus e ao Todo, é uma boa jornada dhârmica. Tudo que lhe afasta de você ter consciência si próprio, Deus e do Todo, se manifesta karmicamente, pois lhe afasta da verdade.
A busca de auto-definição não é um bom caminho, mas aqueles que buscam uma definição de seu próprio personagem nesta encarnação deve observar seus pensamentos, sentimentos, desejos e ações, assim a verdade se revelará. Se não gostar do que estas observando, simplesmente mude tomando um novo caminho em sua vida.

“Fixe a atenção em si mesmo, seja consciente em cada instante do que pensa, sente, deseja e faz.”

Este é um dos passos em uma jornada em busca de realização nos 3 planos (Material, Emocional e Espiritual) para que você alcance a sua verdade junto a uma consciência transcendental.



Minhas mais humildes reverências ao Mestre Georgiǐ Ivanovič Gǐurdžiev (Gurdjieff)
Atenciosamente, deste simples servo do caminho.
Mahasurya Swami

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O jogo dos 7 erros.

Tábua dos pecados capitais por Hieronymus Bosch 
  Em todas as estruturas sociais, sejam elas religiosas, místicas, cível, conjugal etc existem regras, explícitas ou não, um sistema que estimula algumas virtudes em detrimento a alguns vícios. Esse conjunto de diretrizes foram elaboradas, em muitos casos, baseados em conhecimento atemporal e imutável, louvando as atitudes e pensamentos positivos comumente aceito, como, caridade, compaixão, união, etc,  e dando a alcunha de pecado (na tradição ocidental) a atitudes como preguiça, raiva, mesquinhez, etc , atitudes essa que causam uma perturbação nas pessoas e no ambiente ao redor de maneira negativa, em muitos casos gerando dor e ou sofrimento para o praticante da ação ou o alvo dos atos.
São Tomás de Aquino
   Aqui neste blog ja tratamos dos quatro "inimigos" do homem de conhecimento (parte 1; parte 2) que são "vícios" , "pecados", ou "condições" no caminho daqueles que buscam a sabedoria, a elevação da alma, o despertar da consciência, do ponto de vista do universo dos livros de Carlos Castañeda baseado em conhecimentos xamânicos tradicionais de tempos ancestrais. Hoje falaremos um pouco sobre os sete pecados capitais, segundo o cristianismo. Essa lista foi elaborada com base em estudos anteriores a própria religião, se valendo de senso comum, observação, textos filosóficos, sem sua maioria gregos, e em tradições e conhecimentos judaicos (origem do cristianismo), são ditos capitais, pois são pecados raízes, aqueles que dão vazão para que outros aconteçam, é o estado de espirito em que a pessoa se encontra que a leva a outros erros mais concretos de fato (por exemplo, por ira matar, por inveja mentir, etc) uma forma de resumir e identificar estados que levam uma pessoa a não alcançar o "reino dos céus", no caso, capital vem da origem latina caput que significa cabeça, líder ou chefe.
   Sua lista definitiva, próxima do que conhecemos hoje, se deu no ano de  1273 com a suma teológica de São Tomás de Aquino, que revisou postulados anteriores como o estabelecido em 590 pelo papa Gregório I, que por sua vez se baseou em uma lista do século 4 de um monge grego, a lista do monge Evagrius Ponticus continham oito atitudes graves que o cristão poderia cometer: gula, fornicação, avareza, descrença, ira, desencorajamento, vanglória e soberba.
   Porém aquele que popularizou essa lista de maneira quase universal foi Dante Alighieri com sua divina comédia onde propunha, também, uma ordem para esses estados de consciência passando do mais distante de Deus até o menos distante, na ordem do mais brando até o mais ofensivo: LUXÚRIA, GULA, AVAREZA, PREGUIÇA, RAIVA, INVEJA e SOBERBA. Além disso categorizou inveja,raiva e soberba como pecados cometidos por amor pervertido, à insuficiência de amor ele conectou a preguiça e a luxúria,  gula e avareza com amor excessivo aos bens materiais.
Dante Alighieri
 Na bíblia, o livro mais lido e vendido no mundo, já alerta para algumas recomendações e proibições que envolvem, também os dez mandamentos, o capítulo 16 do livro dos Provérbios afirma: "Estas seis coisas aborrecem o Senhor, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, a língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina pensamentos viciosos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre os irmãos", o que seria quase que um embrião da lista ja constando no livro sagrado.  
 
    Desde então listas das mais diversas têm se multiplicado nos mais diferentes círculos, Mahatma Gandhi (ativista, advogado,politico e mestre espiritual indiano, famoso pela sua participação na independência de seu país) elaborou sua  lista com sete pecados sociais,são eles: comércio sem moralidade; ciência sem humanidade; colaboração sem sacrifício; prazer sem consciência e conhecimento sem caráter. Até o próprio vaticano no ano de 2008 pela figura do bispo Gianfranco Girotti divulgou uma lista dos sete pecados modernos, o que não exclui a lista clássica e serve apenas de direcionamento para repensar algumas atitudes de nosso tempo, segue a lista do bispo: poluição ao meio ambiente; manipulação genética; riqueza obscena; empobrecimento alheio; tráfico de drogas; experiências científicas amorais e violação aos direitos humanos.
   Aos espiritualistas e caminhantes que se propõem em estudar a fundo as verdades dos deuses  é sempre bom estar atento aos estados de espirito para que não "caia em pecado" ou seja , envenenado por um estado negativo aja e pense de forma igualmente negativa repelindo o bem e a cura que estão tentando lhe acessar, a lista cristã assim como tantas outras recomendações de diferentes religiões (como não se deixar levar pelas oito preocupações mundanas, no budismo) nos dão o direcionamento da melhor trilha a seguir e da maneira menos dolorosa a se caminhar, como a máxima cristã diz ORAI E VIGIAI todas as 24 hrs por dia.

A conexão entre homem e Deus

 

domingo, 16 de setembro de 2018

Amanhecer

Amanhecendo sob bola de fogo

Saudações polímatas!!!

Não sei se é de conhecimento de todos, mas nossa rotina começa bem cedo por aqui. As 6 da manhã já estamos trabalhando devido ao forte calor que faz por aqui e para todos ter uma noção do que estou dizendo, é só observar a foto que fiz do sol das 6h, uma enorme bola de fogo alaranjada no céu.

Todo trabalho realizado por nós é dividido em equipes. A primeira equipe é formada por nosso motoqueiro (Op. de motosserra) e o Sr. Francisco para localização de recursos no interior da floresta para construção da casa de feitio e a segunda equipe forma pelo seu Sr. Pedro e eu, onde estamos trabalhando na perfuração do nosso poço artesiano e fabricação de tijolos para construção da fornalha.

Quando estamos trabalhando no interior da floresta a temperatura é mais amena, porém, não menos quente do que se trabalhar no descampado onde estamos perfurando o poço. Na floresta temos a vantagem de estar cobertos pelas altas copas das arvores e pela humidade da floresta. Já no campo aberto não temos nenhum tipo de proteção além de nossas roupas e chapéus.
Na perfuração do poço, por ser feito manualmente trabalhamos com pequenas pausas para descanso e hidratação. Então o Sr. Pedro e eu devido ao forte calor trabalhamos por 2 horas por dia e depois seguimos para outras atividades aqui na obra.

Falta muito pouco para concluir a etapa de reunir todo o material que será utilizado na construção.
Falta muito pouco para o início da construção.
Por hoje é isso pessoal!!!

Fiquem todos ligados no blog para as novidades de nosso Templo do Acre, https://tpczs.blogspot.com
Meu nome é Gabriel Camargo e estarei trazendo as notícias diretamente de nossa jornada e do templo daqui de Cruzeiro do Sul/AC e do nosso querido Gurudeva Mahasurya.

Minhas mais humildes e sinceras reverências a toda Ordem Polimata.
Minhas mais humildes reverências a Ushanovos, Ioshins, Iripãn e Kokarpinochari.
Todas as Glórias à Sri Mahadeva, Sri Bhagavan e Sri Shakti Devi.  ki...
Todas as Glórias à Sri Guru Maharaj Mahacarya Mahasurya Pandit Swami.  ki....
Jay