Maria Sabina, la mujer espiritu, foi uma curandeira mexicana muito conhecida entre os anos 60 e 70, radicada em Huautla de Jimenez, pequena cidade do interior mexicano a cerca de 200 km de Oaxaca, nas montanhas Mazateca. Sua vida foi cercada de provações, como todo grande espirito, passou fome, viu seu filho ser assassinado, aprendeu através da dor e da necessidade a curar os males da alma, do corpo e da mente com a ajuda de "los niños santos" ou "minhas crianças" como se referia aos cogumelos do gênero Psilocybe mexicana, sua fama chegou aos EUA e a Europa, transformando-a em um dos símbolos da contracultura dos anos 60, mesmo com tanta fama e sendo reverenciada como uma santa em algumas regiões do México, sua vida terminou como começou, na pobreza em meio as montanhas, não recebeu quase nada por seus rituais, suas canções e seus cogumelos.
Seu avô e bisavô também foram shamans Mazaltec, parte de seus conhecimentos provem de sua família, Maria Sabina foi a primeira curandeira a abrir seus rituais de Velada para estrangeiros, o que lhe trouxe fama, muitos ícones pop da época como John Lennon, Mick Jagger e outros músicos, artistas e cientistas foram ter com a curandeira suas experiencias enteógenas. Infelizmente devido a atitude hedonista e pouco sacramental dos estrangeiros que desvirtuaram seus trabalhos de cura, maria se tornou profundamente incomodada com a situação chegando a afirmar que a pureza dos cogumelos havia acabado e que nunca mais eles teriam sua força de volta.
Psilocybe mexicana
Através da ingestão dos "cogumelos mágicos" a shaman se conectava com os espiritos ancestrais que a guiavam nos processos de cura, ela mesma relatou que antes dos estrangeiros as pessoas recorriam aos niños santos unica e exclusivamente para curar suas mazelas, agora as pessoas buscam através da experiencia psicodélica um contato com o divino, por incapacidade pessoal de se conectar ou por simples hedonismo, apenas uma experiencia psicodélica.
Sua história é um exemplo de luta e simplicidade, e a resignificação que fizeram de seus cogumelos nos servem aos dias de hoje como um alerta para o quanto deixamos de nos conectar com Deus e banalizamos a sacralidade de um momento em detrimento de desejos egoicos de "ficar loucão" de ter uma experiencia, mas no fim não saber o que fazer dessa experiencia.
Matéria da revista Life Magazine que trouxe fama mundial a Maria Sabina nos anos 50
a seguir alguns vídeos que complementam o conhecimento a cerca da Velada e de Maria Sabina
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