segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Mamãe Iemanjá – Dona das águas, senhora do mar e mãe dos Orixás




No dia 02 de Fevereiro é comemorado o dia de Iemanjá, no sincretismo Nossa Senhora dos Navegantes.  Senhora dos mares, rainha da costa brasileira e amada por todo país, essa grande orixá é muito generosa com os fracos e desamparados. A associamos as formas femininas mais delicadas, belas e sensíveis, com uma energia receptiva lunar, sedutora e cativante.
            Ela está em tudo e todos o tempo todo, pois tem como atributo estimular a geração dos seres, ou seja, atua intensamente na vida das pessoas captando todas as vibrações mentais geradoras e estimulando-as de dentro para fora para que gerem coisas em suas vidas.
Os mares são os domínios de Iemanjá, e assim como o mar, as vezes calmo e por horas revoltos, a mensagem que essa grande mãe vem nos passar vai depender muito do momento que você está passando em sua vida.
            O otimismo e a mente firme vêm com o mar tranquilo e sem ondas para te proporcionar momentos de beleza e felicidade. Já a mente cansada ou confusa pode trazer um mar turbulento, onde algumas modificações ocorrerão em nossas vidas, nem sempre as coisas chegarão de forma tranquila e a falta de perseverança pode nos enganar com Iemanjá, avaliando mal as situações ou fugindo delas, se esquivando dos problemas, o mar revolto é causado por nós mesmos, pelas nossas atitudes. Quando Iemanjá chega traz consigo a mudança, onde serão necessárias tomar providências em nossas vidas ou a pressão das águas e dos fatos nos levará a isso.
Segundo algumas lendas, ela sempre gostou de ser amada e bem tratada e ela traz consigo essa energia.  Ela proporciona reflexões a beleza e harmonia dos relacionamentos como um todo, trazendo a compreensão e a renovação contínua das situações amorosas e familiares.
Iemanjá também simboliza a abundância e fluidez em nossas vidas, assim como as ondas do mar elas trazem movimento, as ondas devolvem as praias todas as impurezas que são jogadas no mar, da mesma forma atua em nosso emocional, tornando visíveis sentimentos e emoções para serem curados com o amor dessa grande mãe.

Itan – Iemanjá salva o Sol de extinguir-se

Orun, o Sol, andava exausto, desde a criação do mundo ele não tinha dormido nunca, brilhava sobre a terra noite e dia, ele já estava pronto a exaurir-se e se apagar por completo.
Com seu brilho eterno, Orun maltratava a terra, ele a queimava dia após dia, tudo estava praticamente acabado e os humanos não estavam sobrevivendo.
Os Orixás estavam preocupados e se reuniram para encontrar uma saída e foi Iemanjá que trouxe uma solução. Ela guardara sob as saias alguns raios de sol e projetou-os sobre a Terra e mandou que o sol fosse descansar para depois brilhar novamente.
Os fracos raios de luz formaram um outro astro. O Sol descansaria para recuperar suas forças e enquanto isso reinaria Oxu, a Lua, sua luz fria refrescaria a Terra e os seres humanos não pereceriam no calor.
Assim graças a Iemanjá, o Sol pode dormir. Á noite, as estrelas velam por seu sono, até que a madrugada traga outro dia.”
Como reflexão, atualmente vivemos muito como Orun, energia masculina e racional, as vezes somos egoístas e queremos ser únicos em tudo, rígidos e resistente as mudanças sem nos dar conta que estamos nos prejudicando e as pessoas de nosso convívio. Vamos permitir que Iemanjá graciosamente traga Oxu em nossas vidas, a energia feminina e espiritual, tranquilidade, harmonia e principalmente o equilíbrio em nossas vidas.
v  Cores: azul claro e branco;
v  Saudação: Odoyá;(significa grande mãe – Odo =grande, kiá = mãe)
v  Símbolos: abebé (leque), concha (representa o feminino)
v  Oferendas: rosas brancas, perfumes de colônia, folha de alfazema, flores brancas, incensos de flores, velas azuis claras ou brancas.

Linha das Sereias e Marinheiros de Iemanjá


As “Sereias”, os “Marinheiros” e os “Piratas” são guias espirituais que respondem diretamente a Iemanjá.
As Sereias podem se manifestar durante os cantos a Iemanjá, elas têm um poder de limpeza, purificação, e descarrego de energias muito forte. Elas não costumam falar, só emitem um canto, que na verdade é a sonorização de um poderoso “mantra aquático” diluidor de energias, vibrações e formas pensamentos que se acumulam no ambiente e em nossos campos energéticos. Elas são ótimas para anular magias negativas, afastar obsessores e espíritos desequilibrados ou vingativos.
Os Marinheiros são entidades alegres e cordiais, na umbanda acredita-se que são espíritos de antigos marujos, pescadores, guardas-marinhos e capitães do mar. Quando eles chegam dão a impressão de estarem “bêbados”, porém o termo correto seria “mareado”, esse termo é usado para alguém que permaneceu muito tempo no mar a bordo de uma embarcação que balança muito e uma vez em terra firme não conseguem ficar em pé. Esse balanço que eles trazem é devido ao magnetismo aquático que carregam consigo, a energia de movimento das ondas.
Eles são ótimos para casos de doenças, para cortar demandas e para descarregar locais de trabalhos espirituais, enviando para o fundo do mar todos os fluidos nocivos de suas limpezas. Os marinheiros são uma linha de grande força, especializada na descarga pesada de casas espirituais, onde o termo “Já lavei meu tombadinho (piso do navio), já deixei tudo limpinho” é muito usado por eles, mostrando os seus objetivos em nossos templos. Nunca andam sozinhos, quando em guerra unem-se em legiões, fazendo valer o princípio de que a união faz a força, o que os torna imbatíveis nesse sentido.
Os Piratas também se apresentam com a força de Iemanjá, eles têm uma atuação mais específica, pois trabalham o nosso interno, nossos sentimentos enterrados e perdidos com o tempo. Eles nos auxiliam a limpar os nossos porões íntimos, nos permitindo a encontrar nossos maiores tesouros perdidos. Trabalham também fortemente na quebra de demanda e com energias mais densas que os Marinheiros, seria como se eles fossem a esquerda que atuam na corrente das águas de Iemanjá.

Odoya Mamãe Iemanjá!
Salve a Marujada!
Saravá os Piratas!
Salve todo o povo do mar!
Minhas mais humildes reverencias!
Juliane Camargo***
Referências
As Sete Linhas da Umbanda: A religião dos mistérios – Rubens Saraceni – São Paulo: Ed. Madras, 2017;
As Cartas dos Orixás – Celina Fiovarani – São Paulo: Ed. Pensamento, 2009;
Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi – São Paulo: Ed. Companhia das letras, 2001.

*** Juliane Camargo é membra do Templo Polimata Boituva e parte do clã e corpo mediúnico da casa
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Templo Polimata Boituva  tem o prazer de anunciar e convidar a todos a fazerem parte da comemoração e louvor a nossa Rainha do Mar !


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