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Vista de fora do salão do TP-Boituva |
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Depois de um ano um
tanto atípico para todos nós, um ano de recolhimento, um ano de superação, um
ano de análises, um ano de morte e renascimento, onde muitos de nós tivemos que
nos despedir de parentes e amigos que partiram para um novo nascimento, tivemos
que aprender a viver com menos, rever nossos planos para pensar como que de
duas em duas semanas, os quatorze dias de isolamento, vivemos tempos de mudanças
em uma escala global.
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detalhe: salão TP-Boituva |
Aqui no Templo sentimos de perto os efeitos de um ano não só atípico em função da pandemia mas também do clima, a falta de chuvas e a irregularidade da mesma fez-se notar nos detalhes, mas que para o observador os sinais da natureza foram claros, a escassez de água no poço, a quase extinção do lago e o crescimento da faixa de areia no riacho fez-se evidente a todos que partilharam deste quadro, é bem verdade que o ano não acabou, o ciclo termina na próxima mudança de estação em março e ainda “vivemos em 2020” mas a mudança também já é evidente.
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detalhe: Pôr-do-sol vista do TP-Boituva |
A esperança e a certeza no sol que raia depois da tempestade é endossado pelos sinais da Natureza, a volta da regularidade da chuva, aqui para nós, no microcosmos, é um dos sinais, em um aspecto mais amplo e mais subjetivo, a proximidade da família, a volta dos nossos corações e mentes para as coisas mais simples e importantes é um desses aspectos, digo isso em um aspecto global, bem verdade que visto através dos olhos deste interlocutor, mas de uma maneira geral vejo as pessoas se voltando a aspectos mais transcendentais da existência, vejo as pessoas reavaliando a importância da presença dos familiares, vi durante a parte mais restritiva do isolamento a atenção daqueles com um pouco de condições para aqueles em situação de risco, as famosas marmitas, as doações, o risco de por a cara na rua para prestar solidariedade ao próximo, o aspecto mais sublime da humanidade, a compaixão e a caridade, o ato de dar sem esperar receber, prestar um serviço ao próximo é prestar um serviço a Deus.
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auṃ gaṃ gaṇapataye namaḥ |
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auṃ śrīṃ mahālakṣmyai namaḥ |
Por esses casos e acasos da vida a volta aos estudos abertos (23/01/2021) do Templo Polimata de Boituva será na cadeira dos estudos de Hinduísmo, reverenciando a Laksimi e Ganesha, rituais que tradicionalmente abrem e fecham um “ano letivo”, esse ano com um sentimento especial que exprime essa ânsia, esse desejo e esse agradecimento pelos futuros louros que colheremos de nossos atos baseados nos sentimentos sublimes. Laksmi, que a senhora da prosperidade, da abundância, da manifestação, do feminino, essa Mãe Divina que roga e mantem toda a existência possa, através de nossos méritos, nos abençoar com sua riqueza, e que o senhor Ganapati, aquele que é sagaz, perspicaz, estratégico, senhor dos exércitos, um poderoso guerreiro que nos protege e abre nossos caminhos, através das suas poderosas armas, o amor, o conhecimento, a sabedoria, a humildade o destemor, possamos nós sermos merecedores de um pouco de sua atenção, que sua luz divina possa nos abrigar nesse ano e multiplicar todos nossos méritos e recompensas.
Mais uma vez, com alegria, damos início a mais um ano letivo de estudos a respeito de como transcender as misérias da condição humana, de como valorizar e criar dentro de nós as qualidades mais divinais possíveis, aprofundar-se no autoconhecimento para estarmos mais completos para nós mesmos e consequentemente para o nosso entorno, treinar nosso interior em compaixão, em amor, em caridade, em sabedoria, convidamos a todos para mais um ano de descobertas e redescobertas.
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Terreirão TP-Boituva (área aberta para estudos) |