quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Oṃ namaḥ śivāya - Reverencio-me ao Auspicioso

॥"नवा&णा(कम्॥

  ॥ nirvāṇāṣṭakam॥ 

Seis estrofes sobre a imersão cósmica. 


                               

mano buddhyāhaṃkāra-cittāni nāham na ca śrotra jihve na ca ghrāṇa netre । 

na ca vyoma bhūmir na tejo na vāyuḥ cidānanda rūpaḥ śivo'haṃ śivo'ham ॥1 ॥ 

Eu não sou a mente, nem o intelecto, nem o ego, nem o pensamento, Nem sou a audição, nem o paladar, nem o olfato, nem a visão. Nem o espaço, nem a terra, nem o fogo, nem o vento, Minha essência é consciência e felicidade – eu sou Śiva, eu sou Śiva (1)



na ca prāṇa saṃjño na vai pañcavāyuḥ na vā saptadhātur na vā pañcakośaḥ । 

na vākpāṇipādau na copasthapāyū cidānanda rūpaḥ śivo'haṃ śivo'ham ॥2॥

Não sou o prāṇa, nem os cinco ventos vitais, Nem os sete elementos do corpo, nem os cinco envoltórios. Nem a fala, nem mãos, nem pés, nem genitais, nem o órgão de excreção, Minha essência é consciência e felicidade – eu sou Śiva, eu sou Śiva (2)

na me dveṣa rāgau na me lobha mohau mado naiva me naiva mātsarya bhāvaḥ । 

na dharmo na cārtho na kāmo na mokṣaḥ cidānanda rūpaḥ śivo'haṃ śivo'ham ॥3॥ 

Não tenho aversão nem apego, nem cobiça, nem ilusão. Nem vaidade, nem inveja. Nem dever, nem objetivo; nem desejo, nem libertação, Minha essência é consciência e felicidade – eu sou Śiva, eu sou Śiva. (3)

na puṇyaṃ na pāpaṃ na saukhyaṃ na duḥkham na mantro na tīrthaṃ na vedāḥ na yajñāḥ । 

ahaṃ bhojanaṃ naiva bhojyaṃ na bhoktā cidānanda rūpaḥ śivo'haṃ śivo'ham ॥4॥ 

Nem virtude nem pecado, nem prazer, nem dor, Nem mantras, nem templos, nem Vedas, nem rituais, Nem aquele que desfruta, nem o que é desfrutado, nem o desfrute.
Minha essência é consciência e felicidade – eu sou Śiva, eu sou Śiva. (4)

na mṛtyur na śaṃkā na me jātibhedaḥ pitā naiva me naiva mātā na janma । 

na bandhur na mitraṃ gururnaiva śiṣyaḥ cidānanda rūpaḥ śivo'haṃ śivo'ham ॥5॥ 

Para mim não há morte nem medo. Não tenho casta. Não tenho pai, nem mãe, nem irmão, nunca nasci. Nem amigo, nem mestre, nem discípulo, nem outra vida, Minha essência é consciência e felicidade – eu sou Śiva, eu sou Śiva. (5)


ahaṃ nirvikalpo nirākāra rūpo vibhutvācca sarvatra sarvendriyāṇām । 

cāsaṃgataṃ naiva muktir na meyaḥ cidānanda rūpaḥ śivo'haṃ śivo'ham ॥6॥

Não possuo qualidades, não tenho forma, nem limites, Sou imutável e onipresente, não sou tocado pelos sentidos, Para mim não existem prisões, nem a libertação. Minha essência é consciência e felicidade – eu sou Śiva, eu sou Śiva. (6)





Shiva a consciência cósmica


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

O nascer da Nova Era

Ansiedade, Depressão e Stress,
sintomas comuns dos "novos tempos"
 
    Hoje em dia com muitas informações visuais e textos muitos rápidos, situações de conflitos externos e internos nos leva a uma vida rasa, com ações rápidas sem muitas vezes pensar já que a grande maioria é condicionada a disputas, sermos melhores, vencermos a qualquer custo, egoísmos, raiva, paixões dos sentidos. 

Tecnologia e redes sociais, mocinho ou ladrão ?
   Com todo o bum da tecnologia nos trouxe comodidades imensas mas também nos deixou reféns do celular, redes sociais, onde as pessoas colocam mascaras de felicidades, glamour, viagens e onde a realidade difere totalmente do que é representado já que vivemos em ondas onde um dia estamos plenos e outros que não estamos tão bem, felizes, ou falta  algo, já que como ser humanos sempre estamos em uma busca desenfreada pela tal felicidade, onde temos vários gatilhos que nos leva sempre a ver o que ocorre ao nosso
redor, melhores condições externas para sermos felizes sem compreender que o que vale é o interno, eu como uma pessoa dentro de uma sociedade desregulada sempre acreditei que precisava trabalhar de sol-a-sol, viver em ilusões que nossa própria sociedade nos implanta para ter o falso sentimento de felicidade, a falsa sensação de “ser útil”, onde não conseguia parar e tentar enxergar de dentro o que ocorria pois felicidade é um estado interno, com a pandemia isso cresceu em grandes probabilidades dentro de todos desavisados, que precisaríamos encarar tudo que o cotidiano nos ajudava a fugir de nós mesmos e de nossas relações seja interna ou de convivência com outros.

Crise do Corona vírus,
trouxe o medo e também uma nova
visão sobre nós mesmos.
   O ano de 2020 e agora 2021 nos trouxe e traz muitos desafios, inclusive de pararmos e enxergarmos nossas sombras para acolhermos e nos recriarmos dentro de um universo falido de comodismos e reclamações e irmos conforme ondas de ilusões onde foram ruindo e nos deixando sem chão, isso falo dentro de estudos, e de uma grande espiritualidade que nos dá alicerces para não desanimar, acreditar, mas deixar o ego de lado e revermos tudo absolutamente tudo em nossas vidas.

   Penso que para quem estava distante da espiritualidade ou mesmo achava banal isso cresce em proporções absurdas, com desequilíbrios e energias estagnadas, logo, agora, é o  momento de recriarmos de aprofundarmos em nós mesmos, observarmos para que possamos agradecer essa grande oportunidade tão breve mas tão intensa e profunda de nossas almas, já que ninguém passa por ensinamentos que não precise para angariar a evolução.

Meditação: um dos instrumentos
mais poderosos que temos para uma "boa vida"
   Temos vários instrumentos que nos auxiliam a mudarmos nossa frequência, nossa sintonia, seja velas, ervas, pedras, terapias, fé, meditação e mesmo ervas de poder, já que nas ervas descobri um contato mais pleno com meu eu, sem julgamentos, recebendo informações valiosas para transcender meus defeitos, reformar o que não deu certo, para a Vida nunca é tarde para mudarmos, basta estarmos abertos para o novo sem julgamentos do passado,  devemos honrar o que passamos pois naquele momento não sabíamos fazer diferente ou não tínhamos consciência logo libertarmos dos grilhões da culpa  e do futuro, que nos atuais momentos, não sabemos se terá, e vivermos o hoje que ainda é um presente valioso para nossa transformação seja pessoal ou coletiva e aprimoramentos necessários para sermos seres humanos melhores e mais conscientes, precisamos agradecer, compreender mais, amar e sentir e essa é a chave para nos conectar com nosso eu superior e com o criador e mudarmos uma realidade ilusória que faz necessário para permanecermos nessa Orbe que passa por mudanças grandiosas  para acolher os filhos da nova Era.


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Texto por: Andreza Freitas, terapeuta do Sagrado Feminino e comandante do Templo Polimata de Boituva


quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Templo Polimata Boituva tem o prazer em anunciar a volta dos estudos abertos!

Vista de fora do salão do TP-Boituva

 . 
     Depois de um ano um tanto atípico para todos nós, um ano de recolhimento, um ano de superação, um ano de análises, um ano de morte e renascimento, onde muitos de nós tivemos que nos despedir de parentes e amigos que partiram para um novo nascimento, tivemos que aprender a viver com menos, rever nossos planos para pensar como que de duas em duas semanas, os quatorze dias de isolamento, vivemos tempos de mudanças em uma escala global.
detalhe: salão TP-Boituva
  Aqui no Templo sentimos de perto os efeitos de um ano não só atípico em função da pandemia mas também do clima, a falta de chuvas e a irregularidade da mesma fez-se notar nos detalhes, mas que para o observador os sinais da natureza foram claros, a escassez de água no poço, a quase extinção do lago e o crescimento da faixa de areia no riacho fez-se evidente a todos que partilharam deste quadro, é bem verdade que o ano não acabou, o ciclo termina na próxima mudança de estação em março e ainda “vivemos em 2020” mas a mudança também já é evidente. 
detalhe: Pôr-do-sol vista do TP-Boituva
    A esperança e a certeza no sol que raia depois da tempestade é endossado pelos sinais da Natureza, a volta da regularidade da chuva, aqui para nós, no microcosmos, é um dos sinais, em um aspecto mais amplo e mais subjetivo, a proximidade da família, a volta dos nossos corações e mentes para as coisas mais simples e importantes é um desses aspectos, digo isso em um aspecto global, bem verdade que visto através dos olhos deste interlocutor, mas de uma maneira geral vejo as pessoas se voltando a aspectos mais transcendentais da existência, vejo as pessoas reavaliando a importância da presença dos familiares, vi durante a parte mais restritiva do isolamento a atenção daqueles com um pouco de condições para aqueles em situação de risco, as famosas marmitas, as doações, o risco de por a cara na rua para prestar solidariedade ao próximo, o aspecto mais sublime da humanidade, a compaixão e a caridade, o ato de dar sem esperar receber, prestar um serviço ao próximo é prestar um serviço a Deus.    
auṃ gaṃ gaṇapataye namaḥ
auṃ śrīṃ mahālakṣmyai namaḥ
  Por esses casos e acasos da vida a volta aos estudos abertos (23/01/2021) do Templo Polimata de Boituva será na cadeira dos estudos de Hinduísmo, reverenciando a Laksimi e Ganesha, rituais que tradicionalmente abrem e fecham um “ano letivo”, esse ano com um sentimento especial que exprime essa ânsia, esse desejo e esse agradecimento pelos futuros louros que colheremos de nossos atos baseados nos sentimentos sublimes. Laksmi, que a senhora da prosperidade, da abundância, da manifestação, do feminino, essa Mãe Divina que roga e mantem toda a existência possa, através de nossos méritos, nos abençoar com sua riqueza, e que o senhor Ganapati, aquele que é sagaz, perspicaz, estratégico, senhor dos exércitos, um poderoso guerreiro que nos protege e abre nossos caminhos, através das suas poderosas armas, o amor, o conhecimento, a sabedoria, a humildade o destemor, possamos nós sermos merecedores de um pouco de sua atenção, que sua luz divina possa nos abrigar nesse ano e multiplicar todos nossos méritos e recompensas. 
         Mais uma vez, com alegria, damos início a mais um ano letivo de estudos a respeito de como transcender as misérias da condição humana, de como valorizar e criar dentro de nós as qualidades mais divinais possíveis, aprofundar-se no autoconhecimento para estarmos mais completos para nós mesmos e consequentemente para o nosso entorno, treinar nosso interior em compaixão, em amor, em caridade, em sabedoria, convidamos a todos para mais um ano de descobertas e redescobertas.
Terreirão TP-Boituva (área aberta para estudos)






sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Sagrado Feminino e a cura pelos Elementos

 

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   Das muitas práticas ao qual podemos utilizar dentro da conexão com nosso universo feminino, venho aqui trazer os Elementos (terra, água, fogo e ar) que podem ser de grande valia para conseguirmos compreender qual temos numa intensidade e qual nos falta já que precisamos sempre estar em equilíbrio para que tenhamos mais harmonia em nossos dias e o que tiver em desarmonia balanceá-la. Aqui venho trazer os elementos de um prisma simples, porém que são fundamentais para nosso exercício de auto-observação e mudanças em nosso dia a dia: 

terra = força e firmeza
     Terra nossa conexão com Pachamama, nosso útero e os três últimos chackras que são voltados para energia telúrica, a terra é um símbolo de firmeza, raízes onde podemos nos encontrar através de nossa ancestralidade, do aconchego, nutrição, força no sentido equilibrado. Logo aqui vamos parar e refletir sobre nossos aspectos de como estamos nos cuidando, nossa criatividade, reflexão do que estamos fazendo, ações, como lidamos com desafios, estar em harmonia ou desarmonia. Proponho que coloque os pés na terra e sinta a vibração poderosa de nossa mãe Gaia 

água = sentimento e fluidez
  Água Aqui nosso corpo é constituído em sua maioria de água, a água reflete a intuição, o fluir da vida e dos ciclos já que são totalmente inconstantes, também remete ao emocional, aqui fica a reflexão de como estamos lidando com nossas emoções e como elas estão aparecendo no nosso dia a dia, é claro sem esquecer de nossa ciclicidade dentro de nossa lua interna e se já estiver na menopausa da lua externa, como lidamos com situações que nos agrada e como lidamos com o que desagrada, ficamos pilhadas ou como as águas deixamos passar, fluir, sem apegar-se. Reflita como  estão suas águas internas, no banho sinta a fluência da água caindo sobre seu corpo 

fogo = ação e renovação
    Fogo elemento que nos remete a transmutação, sexualidade, impulsão, conquista, magia, tanto é considerado destruidor, mas não podemos esquecer da purificação de energias, de curas através de queimar o que não serve mais e nos trazer o desconhecido, o novo, ou mesmo o animal mitológico a Fênix, que renasce das cinzas com muito vigor e transmutando o velho para que o novo chegue com outra perspectiva e visão de mundo. Aqui sugiro que queime em uma fogueira sagrada o que não te serve mais, observando como esse elemento dentro de si tem o poder de regenerar, desde sua sexualidade até mesmo suas lutas internas e externas para conseguir vencer seus desafios diários e interiores, como está o fogo em sua vida? suas vitórias, ações dentro e fora de si, ímpeto de conquista? Numa fogueira ou em uma vela observe as chamas, o poder e a sincronicidade do fogo, imaginando essa transmutação nas dificuldades que te limitam. 


Ar = aspecto mental, sutileza

   Ar Elemento sutil, símbolo de sabedoria, liberdade, comunicação, beleza, podemos refletir em sua importância desde nossa respiração, até a conexão com a sutileza de nosso ser. Vale observar se estamos ainda muito apegados a nosso eu mais denso ou se já conseguimos nos conectar com a grandeza da espiritualidade, se nos prendemos a pequenas coisas ou conseguimos liberdade para voar e ver situações de uma perspectiva mais sabia, ou melhor como se fossemos pássaros, e mais ainda se compararmos com pássaros, somos livres ou estamos engaiolados em relacionamentos, dificuldades, opiniões alheias, vale refletir para observar e tomar suas próprias conclusões dentro de seu eu infinito. Observe um pássaro voando e imagine-se voando, como seria essa liberdade de bater as asas e poder ir onde deseja?

   

    Dentro dos Elementos, trago de uma maneira bem simples seus aspectos para que possamos refletir em qual deles estamos apegadas ou distantes, pois todos devem estar em harmonia nos auxiliando para termos a conexão certa de cada Elemento, em cada situação onde poderemos utiliza-los com sabedoria ou dosá-los, ficando a critério de cada uma se conectar com os elementos de uma forma mais fluída que sempre será a sua, em busca de um feminino cada vez mais consciente e sadio, já chegou a conclusão qual é o elemento que está faltando em ti ou o que sobressai de um forma harmoniosa ? reflita e sempre observe! 


* Texto escrito por: Andreza Freitas, instrutora do sagrado feminino e facilitadora dos Yonne Eggs, além de ser mãe, esposa, filha e comandante feminina do Templo Polimata Boituva.


Convidamos a todas a se reconhecerem nos Elementos
e a se reconectarem junto a Sagrada Medicina neste tão aguardado ritual de fim de ano do Sagrado Feminino Polimata.



segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Quem tem medo de Exu ?

Imagem representativade Orixa Exu
Oyo, Nigeria, 1920.
  Neste mês de novembro, com muita alegria, teremos em nosso templo de Boituva nossa gira de esquerda aberta, com ayahuasca, ritual na linha de estudos das tradições afro-brasileiras, este ritual está pautado na louvação e manutenção da energia de Exu e sua contra-parte feminina reverenciada como Pombogira dentro de nossa Casa, seja ela entendida como nosso corpo/mente/alma, ou nosso querido Templo Polimata de Boituva. 

   Muito podemos dizer de Exu, assim como muito são seus nomes, seja ele reverenciado como Orixá Exu, a ponte entre o mundo humano/físico/Ayé e o divino/espirtual/órùn (Oníbodè aquele que está na passagem dos dois mundos), o primeiro a ser reverenciado, aquele que é lembrado a todo instante, o primeiro a ser louvado ao acordar (Ajíbíkèé), o senhor e propagador da riqueza e prosperidade (Alájé) aquele que detém a magia, o primeiro a ser louvado e o último a ser saudado em todo ritual, afinal ele quem traz o axé (Aláse ou alaxé), esse Orixá que permite que ocorra um ritual místico (seja ele qual religião for, por isso muitos nomes foram dado a essa energia ao longo da história), é também a função de Exu reequilibrar o Axé e dar caminho (ou impor as dificuldades para que a pessoa se movimente, o que gera um pouco de mal entendido a respeito de sua atuação que é única e exclusiva para o bem Maior), por essas características também é associado ao movimento, a subida e descida, o bem e o mal, o caminho do meio.  

Culto a Exu no Candomblé,
 Brasil 1978

      Podemos constatar essa característica com um conto que diz: “Um dia no interior de nosso País dois vizinhos que dividiam uma cerca volta e meia se estranhavam e disputavam a liderança sobre um pouco de terra, um dia passou um homem entre eles que usava parte do chapéu vermelho e parte do chapéu preto, cada qual virado para um lado, nessa um dos vizinhos disse: “Quem diabos é esse do chapéu vermelho? - no que o outro retruca: “Mas que cabra! É chapéu preto! (...) Nessa começam uma longa discussão que gera um enorme conflito entre eles, uma verdadeira guerra se instaura e depois de muito sofrimento aquele pequeno pedaço de terra disputada se torna uma terra independente.” Nesses versos entendemos uma atuação de Exu, sendo o País nosso corpo, nosso ser, e os dois vizinhos, que se degladeiam pelo pouco pedaço de terra, que somos nós, podem ser lidos como nossa luz e sombras, assim ao final de uma longa batalha, nós, o pequeno pedaço de terra, torna-se independente, agregando os dois lados, Exu exerce a fricção necessária, neste caso, para que possamos evoluir, exu não é mal, mas pode ser visto como tal se olhado com uma mente limitada que não reconhece as causas e efeitos, essa energia é justa e sim é caridosa! 

    Há muitos outros Itans (contos que são passados de geração em geração de forma oral para que se perpetue a cultura Iorubá) que contam mais sobre Exu, colocando-o como um comilão que devora tudo pelo fato dele ser sempre o primeiro a receber toda e qualquer oferenda, tendo em vista que o culto afro-brasileiro e muitos outros de origem africana estão muito associados a oferenda de alimento, algo precioso neste contexto de população, as divindades, o ato de darmos nosso melhor as divindades, oferecermos não só nosso melhor bem material, mas principalmente nossas melhores virtudes e ações. 

  Detentor de toda a sabedoria humana, com ele não há enganação só verdade e bondade, é nosso caminho ao reino de Oxalá, a nossa paz interior, esta importantíssima divindade do panteão Iorubá foi um dos primeiros seres a serem criados por Olodumaré para se encarregar da Criação, reconhecemos, também, sobre as alcunhas de Elégbára, o todo poderoso, Bara, o maravilhoso ou incomensurável, Àwúre, boa sorte,coisas boas, Òdàrà, o espetacular, Láàróyè, aquele que deve ser honrado, admirado. O culto desta divindade se expandiu para além das terras Iorubás na África e hoje esta muito presente nas religiões afro-americanas como Santeria cubana, A Umbanda brasileira, o Vodu Haitiano, no Candomblé brasileiro, Em Trinida e Tobago, República Dominicana, Venezuela e tantas outras nações que receberam os povos africanos.



   Por fim, Exu é alegria, é a ponte que necessitamos, o começo do caminho para alcançar os reinos celestiais mais e mais altos, aquele que está no início e no fim de nossa jornada, cultuado muito além das terras tupiniquins e presente nos 4 cantos da criação Laaróyè Èsù!  


Egba rà bó ago mojuba rà (Tenho fé e peço licença para louva-lo em minha casa*)

Egba Kose (Tenho fé, amém.*)

Egba rà bó ago mojuba rà (Tenho fé e peço licença para louva-lo em minha casa*)

Lè gbálè èsù loná (Seu poder exu, limpa o caminho*)


* tradução aproximada não literal