Imagem representativade Orixa Exu Oyo, Nigeria, 1920. |
Muito podemos dizer de Exu, assim como muito são seus nomes, seja ele reverenciado como Orixá Exu, a ponte entre o mundo humano/físico/Ayé e o divino/espirtual/órùn (Oníbodè aquele que está na passagem dos dois mundos), o primeiro a ser reverenciado, aquele que é lembrado a todo instante, o primeiro a ser louvado ao acordar (Ajíbíkèé), o senhor e propagador da riqueza e prosperidade (Alájé) aquele que detém a magia, o primeiro a ser louvado e o último a ser saudado em todo ritual, afinal ele quem traz o axé (Aláse ou alaxé), esse Orixá que permite que ocorra um ritual místico (seja ele qual religião for, por isso muitos nomes foram dado a essa energia ao longo da história), é também a função de Exu reequilibrar o Axé e dar caminho (ou impor as dificuldades para que a pessoa se movimente, o que gera um pouco de mal entendido a respeito de sua atuação que é única e exclusiva para o bem Maior), por essas características também é associado ao movimento, a subida e descida, o bem e o mal, o caminho do meio.
Podemos constatar essa característica com um conto que diz: “Um dia no interior de nosso País dois vizinhos que dividiam uma cerca volta e meia se estranhavam e disputavam a liderança sobre um pouco de terra, um dia passou um homem entre eles que usava parte do chapéu vermelho e parte do chapéu preto, cada qual virado para um lado, nessa um dos vizinhos disse: “Quem diabos é esse do chapéu vermelho? - no que o outro retruca: “Mas que cabra! É chapéu preto! (...) Nessa começam uma longa discussão que gera um enorme conflito entre eles, uma verdadeira guerra se instaura e depois de muito sofrimento aquele pequeno pedaço de terra disputada se torna uma terra independente.” Nesses versos entendemos uma atuação de Exu, sendo o País nosso corpo, nosso ser, e os dois vizinhos, que se degladeiam pelo pouco pedaço de terra, que somos nós, podem ser lidos como nossa luz e sombras, assim ao final de uma longa batalha, nós, o pequeno pedaço de terra, torna-se independente, agregando os dois lados, Exu exerce a fricção necessária, neste caso, para que possamos evoluir, exu não é mal, mas pode ser visto como tal se olhado com uma mente limitada que não reconhece as causas e efeitos, essa energia é justa e sim é caridosa! Culto a Exu no Candomblé,
Brasil 1978
Há muitos outros Itans (contos que são passados de geração em geração de forma oral para que se perpetue a cultura Iorubá) que contam mais sobre Exu, colocando-o como um comilão que devora tudo pelo fato dele ser sempre o primeiro a receber toda e qualquer oferenda, tendo em vista que o culto afro-brasileiro e muitos outros de origem africana estão muito associados a oferenda de alimento, algo precioso neste contexto de população, as divindades, o ato de darmos nosso melhor as divindades, oferecermos não só nosso melhor bem material, mas principalmente nossas melhores virtudes e ações.
Por fim, Exu é alegria, é a ponte que necessitamos, o começo do caminho para alcançar os reinos celestiais mais e mais altos, aquele que está no início e no fim de nossa jornada, cultuado muito além das terras tupiniquins e presente nos 4 cantos da criação Laaróyè Èsù!
Egba rà bó ago mojuba rà (Tenho fé e peço licença para louva-lo em minha casa*)
Egba Kose (Tenho fé, amém.*)
Egba rà bó ago mojuba rà (Tenho fé e peço licença para louva-lo em minha casa*)
Lè gbálè èsù loná (Seu poder exu, limpa o caminho*)
* tradução aproximada não literal
Odara aMojuba!! Asé ò Esù ô !!
ResponderExcluirLaroyê..
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