ÁGUAS DE OXALÁ – PURIFICAÇÃO E RENOVAÇÃO
Oxalá
o é detentor do poder de criação masculino e um Orixá que predominantemente utiliza
a cor branca. Ele é alheio a toda a violência, disputas, brigas e gosta de
ordem, da limpeza e da pureza. Se manifesta de duas maneiras: OXAGUIÃ jovem
guerreiro, e OXALUFÃ, velho apoiado num bastão de prata (APAXORÓ).
Em
Janeiro é celebrado um dos mais longos e belos rituais do Candomblé, chamado de
Águas de Oxalá, tem grande importância para as religiões de matrizes africanas,
pois inicia as atividades religiosas e prepara essas atividades através da
purificação. Nesse ritual é recordado o caminho mitológico de Oxalá como pai de
todos os Orixás.
As
águas de Oxalá é considerado um rito de passagem o fim e o começo, um novo
ciclo e principalmente é tido como um rito de purificação e renovação.
O
ritual em si consiste em: início na primeira quinta feira do ano, ao anoitecer,
com a procissão de Oxalá até ao "Bàlotìn" – uma pequena cabana
construída com folhas de palmeira. A partir deste momento, o silêncio é
obrigatório, em memória ao sofrimento de Oxalá, durante a prisão. Na madrugada
de sexta-feira, faz-se a procissão do transporte das águas, em quartinhas para
o banho de Oxalá. No domingo, celebra-se o Pilão de Oxaguian. Os festejos se
estendem aos dois domingos seguintes. Os ritos podem sofrer alterações de casas
para casas.
Itan:
Águas de Oxalá
Oxalá fez uma viagem para visitar seu
filho Xangô, só que a viagem havia sido desaconselhada pelo Bàbáláwo.
A persistência de Oxalá e o desejo de
ver o filho foram maiores. No decorrer da viagem, por três vezes, Exu
dificultou o caminho, sujando-lhe as vestes brancas.
Quando
chegou ao reino de Xangô, Oxalá foi confundido com um ladrão de cavalos e foi
injustamente preso. Aí permaneceu por sete anos, período no qual o reino de Oyó
passou por inúmeras e graves dificuldades.
Xangô foi consultar o Bàbáláwo e este
lhe disse que, naquele reino, estava sendo cometida uma injustiça. Xangô teria
que libertar um prisioneiro que estava ilegalmente preso há sete anos.
Trouxeram Oxalá à presença de Xangô que logo o reconheceu e libertou. Xangô
pediu perdão a Oxalá e ordenou que todas as pessoas do reino carregassem água
para que pudessem banhar Oxalá e se penitenciar do erro cometido, Xangô, em
sinal de humildade, carregou-o nas costas de volta até o Palácio de Oxaguian.
Oxaguian, muito alegre com o regresso de Oxalá, ofereceu um grande banquete.
As
águas representam a purificação e penitência quanto aos erros que nós
cometemos, durante a vida. A água também é um elemento de limpeza espiritual e
de bênçãos.
O
branco das vestes de Oxalá simboliza a pureza, a simplicidade, a
espiritualidade, características desse Orixá. Além disto, o branco é a junção
de todas as cores e Oxalá é também sinal de união e paz.
Esse
Itan nos deixa a mensagem de iniciarmos o ano na energia de Oxalá, nos
purificando com as águas, deixando para trás tudo aquilo que se passou e que
não agrega valor em nossas vidas. E iniciar o ano vestindo-nos de paz, união,
humildade, que saibamos viver a pureza, preservando a vida, e o respeito ao
próximo, para que assim possamos nos manter em paz durante todo esse novo
ciclo.
v
Dia: Sexta-feira
v
Cor: Branco
v
Simbolo: Opáxoró (cajado com pássaro na extremidade) e
o Pilão (Oxaguian).
v
Elementos: Atmosfera e Céu
v
Domínios: Poder procriador
masculino, Criação.
v
Saudação: Epa Bàbá
v
Oferendas: Canjica Branca, Uva verde, pêra, maçã verde, , Lírio branco, copo
de leite e flores brancas no geral. Inhame pilado (Oxaguian)
Epa
Bàba!
Minhas
mais humildes reverências!
Juliane
Camargo 01/2020.
Referências
Notas
sobre o culto aos Orixás e Voduns na Bahia de todos os santos, no Brasil e na
antiga costa dos escravos, na África – Pierre Verger – tradução: Carlos E.M
Moura – São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 2012;
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