segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Águas de Oxalá


ÁGUAS DE OXALÁ – PURIFICAÇÃO E RENOVAÇÃO

Oxalá o é detentor do poder de criação masculino e um Orixá que predominantemente utiliza a cor branca. Ele é alheio a toda a violência, disputas, brigas e gosta de ordem, da limpeza e da pureza. Se manifesta de duas maneiras: OXAGUIÃ jovem guerreiro, e OXALUFÃ, velho apoiado num bastão de prata (APAXORÓ).
Em Janeiro é celebrado um dos mais longos e belos rituais do Candomblé, chamado de Águas de Oxalá, tem grande importância para as religiões de matrizes africanas, pois inicia as atividades religiosas e prepara essas atividades através da purificação. Nesse ritual é recordado o caminho mitológico de Oxalá como pai de todos os Orixás.
As águas de Oxalá é considerado um rito de passagem o fim e o começo, um novo ciclo e principalmente é tido como um rito de purificação e renovação.
O ritual em si consiste em: início na primeira quinta feira do ano, ao anoitecer, com a procissão de Oxalá até ao "Bàlotìn" – uma pequena cabana construída com folhas de palmeira. A partir deste momento, o silêncio é obrigatório, em memória ao sofrimento de Oxalá, durante a prisão. Na madrugada de sexta-feira, faz-se a procissão do transporte das águas, em quartinhas para o banho de Oxalá. No domingo, celebra-se o Pilão de Oxaguian. Os festejos se estendem aos dois domingos seguintes. Os ritos podem sofrer alterações de casas para casas.


Itan: Águas de Oxalá
Oxalá fez uma viagem para visitar seu filho Xangô, só que a viagem havia sido desaconselhada pelo Bàbáláwo.
A persistência de Oxalá e o desejo de ver o filho foram maiores. No decorrer da viagem, por três vezes, Exu dificultou o caminho, sujando-lhe as vestes brancas.
Quando chegou ao reino de Xangô, Oxalá foi confundido com um ladrão de cavalos e foi injustamente preso. Aí permaneceu por sete anos, período no qual o reino de Oyó passou por inúmeras e graves dificuldades.
Xangô foi consultar o Bàbáláwo e este lhe disse que, naquele reino, estava sendo cometida uma injustiça. Xangô teria que libertar um prisioneiro que estava ilegalmente preso há sete anos. Trouxeram Oxalá à presença de Xangô que logo o reconheceu e libertou. Xangô pediu perdão a Oxalá e ordenou que todas as pessoas do reino carregassem água para que pudessem banhar Oxalá e se penitenciar do erro cometido, Xangô, em sinal de humildade, carregou-o nas costas de volta até o Palácio de Oxaguian. Oxaguian, muito alegre com o regresso de Oxalá, ofereceu um grande banquete.
As águas representam a purificação e penitência quanto aos erros que nós cometemos, durante a vida. A água também é um elemento de limpeza espiritual e de bênçãos.
O branco das vestes de Oxalá simboliza a pureza, a simplicidade, a espiritualidade, características desse Orixá. Além disto, o branco é a junção de todas as cores e Oxalá é também sinal de união e paz.
Esse Itan nos deixa a mensagem de iniciarmos o ano na energia de Oxalá, nos purificando com as águas, deixando para trás tudo aquilo que se passou e que não agrega valor em nossas vidas. E iniciar o ano vestindo-nos de paz, união, humildade, que saibamos viver a pureza, preservando a vida, e o respeito ao próximo, para que assim possamos nos manter em paz durante todo esse novo ciclo.
v  Dia: Sexta-feira
v  Cor: Branco
v  Simbolo: Opáxoró (cajado com pássaro na extremidade) e o Pilão (Oxaguian).
v  Elementos: Atmosfera e Céu
v  Domínios: Poder procriador masculino, Criação.
v  Saudação: Epa Bàbá
v  Oferendas: Canjica Branca, Uva verde, pêra, maçã verde, , Lírio branco, copo de leite e flores brancas no geral. Inhame pilado (Oxaguian)

Epa Bàba!
Minhas mais humildes reverências!
Juliane Camargo 01/2020.

Referências
Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns na Bahia de todos os santos, no Brasil e na antiga costa dos escravos, na África – Pierre Verger – tradução: Carlos E.M Moura – São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 2012;

Nenhum comentário:

Postar um comentário