Ore yè yé o!!
Divindade
dos rios e cachoeiras, exerce seu poder nas águas doces, recebeu esse nome por
conta do Rio Oxum que corre na Nigéria, em Ijexá e Ijebu. Essa Yabá é muito
bela, vaidosa e sedutora, foi a segunda esposa de Xangô onde com ele viveu um
grande amor.
Na
África Oxum é muito associada a prosperidade, muitas músicas e lendas demonstram
seu amor pelo cobre, o metal mais precioso do país Iorubá nos tempos antigos. E
assim como os rios abundantes ela traz essa energia prospera em nossas vidas
quando cultuada.
Oxum
também está associada ao amor, a mãe afetuosa que ampara seus filhos nos
momentos de aflição. Em nós ela trabalha muito bem as emoções, seus fluidos
aquáticos mexem facilmente com os nossos sentimentos, limpando tudo aquilo que
nos sufoca e purificando-nos para novas etapas de nossas vidas. Quem se
distancia da energia dessa Orixá costuma a ficar frio e sem sentimentos.
Oxum
nos ensina que a lagrima é o remédio mais eficaz para purificar o nosso
espirito de energias densas, é através das lagrimas que liberamos as emoções de
magoas, angustias e raiva e só depois desse processo de cura que conseguimos
retomar nossa caminhada
Ela
representa a feminilidade, o empoderamento feminino, a autoestima, o amor
próprio, ensina seus filhos a se amarem e se aceitarem como pessoas, a cuidarem
bem de si em todos os aspectos: físico, emocional e espiritual. Oxum gosta das
coisas limpas, bonitas, elegantes e equilibradas.
Rainha
das águas doces, controla toda a parte criadora, sem a água doce não existiria
vida no planeta. Ela também controla a fecundidade, as mulheres que desejam ter
filhos dirigem-se a ela e sempre são atendidas com sua generosidade.
Ponto de Força das Cachoeiras
Mamãe
Oxum rege o importante ponto de força das cachoeiras. Os pontos de forças são
locais na natureza que possuem a
mais pura vibração do Orixá, são considerados santuários naturais. Quando a
pessoa adentra nas cachoeiras, pode sentir a vibração e força das águas,
limpando e purificando, trazendo a energia do amor e da prosperidade. Os
fluidos vão harmonizando todo o ser e quando a pessoa se despede da cachoeira
geralmente sente-se renovado.
Itan:
Oxum faz as mulheres estéreis em represálias aos homens
Quando todos os Orixás chegaram a
terra, organizaram reuniões onde as mulheres não eram admitidas.
Oxum ficou aborrecida por ser posta
de lado e não poder participar de todas as deliberações. Para se vingar, tornou
as mulheres estéreis e impediu que as atividades desenvolvidas pelos deuses
chegassem a resultados favoráveis.
Desesperados, os orixás
dirigiram-se a Olodumaré e explicaram-lhe que as coisas iam mal sobre a terra,
apesar das decisões que tomavam em suas assembléias. Olodumaré perguntou se
Oxum participava das reuniões e os orixás responderam que não. Olodumaré
explicou-lhes então que, sem a presença de Oxum e do seu poder sobre a
fecundidade, nenhum de seus empreendimentos poderia dar certo.
De volta a terra, os Orixás
convidaram Oxum para participar de seus trabalhos, o que ela acabou por aceitar
depois de muito lhe rogarem. Em seguida, as mulheres tornaram-se fecundas e
todos os projetos obtiveram felizes resultados. Oxum é chamada de Ìyálóòde
(Iaodê) título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas
as mulheres da cidade.
Refletindo
sobre o Itan, podemos observar que Oxum traz a energia do empoderamento
feminino, quando as mulheres foram excluídas das decisões importantes, ela
demostra seu poder e sua importância perante a sociedade e conquista seu lugar
com grande mérito. Fica claro também a importância das águas em nossas vidas,
sem água doce não há vida, a vida não se mantém e não se cria sem as águas,
precisamos preservar esse bem tão preciso e respeitar a grandeza desse elemento
curador.
v Cores:
Amarelo Ouro
v Saudação:
Ore yè yé o!! (Significa – Chamamos a benevolência da mãe)
v Dia da semana: Sábado
v Elementos:
Águas doces
v Símbolos:
Leque com espelho (Abebé)
v Oferendas: Omolocum, Pera, melão, mamão, bananas,
joias, flores amarelas.
Ore yè yé o mamãe Oxum!
Minhas
mais humildes reverencias!
Juliane
Camargo
Referências
As
Sete Linhas da Umbanda: A religião dos mistérios – Rubens Saraceni – São Paulo:
Ed. Madras, 2017;
As
Cartas dos Orixás – Celina Fiovarani – São Paulo: Ed. Pensamento, 2009;
Mitologia
dos Orixás – Reginaldo Prandi – São Paulo: Ed. Companhia das letras, 2001.
Notas
sobre o culto aos Orixás e Voduns na Bahia de todos os santos, no Brasil e na
antiga costa dos escravos, na África – Pierre Verger – tradução: Carlos E.M
Moura – São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 2012;
Tarô
dos Orixás – Ademir Barbosa Junior – Ed. Anubis, 2015;
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