segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Oxum a rainha das águas doces!

Ore yè yé o!!

    
Divindade dos rios e cachoeiras, exerce seu poder nas águas doces, recebeu esse nome por conta do Rio Oxum que corre na Nigéria, em Ijexá e Ijebu. Essa Yabá é muito bela, vaidosa e sedutora, foi a segunda esposa de Xangô onde com ele viveu um grande amor.
Na África Oxum é muito associada a prosperidade, muitas músicas e lendas demonstram seu amor pelo cobre, o metal mais precioso do país Iorubá nos tempos antigos. E assim como os rios abundantes ela traz essa energia prospera em nossas vidas quando cultuada.
Oxum também está associada ao amor, a mãe afetuosa que ampara seus filhos nos momentos de aflição. Em nós ela trabalha muito bem as emoções, seus fluidos aquáticos mexem facilmente com os nossos sentimentos, limpando tudo aquilo que nos sufoca e purificando-nos para novas etapas de nossas vidas. Quem se distancia da energia dessa Orixá costuma a ficar frio e sem sentimentos.
Oxum nos ensina que a lagrima é o remédio mais eficaz para purificar o nosso espirito de energias densas, é através das lagrimas que liberamos as emoções de magoas, angustias e raiva e só depois desse processo de cura que conseguimos retomar nossa caminhada
Ela representa a feminilidade, o empoderamento feminino, a autoestima, o amor próprio, ensina seus filhos a se amarem e se aceitarem como pessoas, a cuidarem bem de si em todos os aspectos: físico, emocional e espiritual. Oxum gosta das coisas limpas, bonitas, elegantes e equilibradas.
Rainha das águas doces, controla toda a parte criadora, sem a água doce não existiria vida no planeta. Ela também controla a fecundidade, as mulheres que desejam ter filhos dirigem-se a ela e sempre são atendidas com sua generosidade.
Ponto de Força das Cachoeiras
Mamãe Oxum rege o importante ponto de força das cachoeiras. Os pontos de forças são locais na natureza que possuem a mais pura vibração do Orixá, são considerados santuários naturais. Quando a pessoa adentra nas cachoeiras, pode sentir a vibração e força das águas, limpando e purificando, trazendo a energia do amor e da prosperidade. Os fluidos vão harmonizando todo o ser e quando a pessoa se despede da cachoeira geralmente sente-se renovado.

Itan: Oxum faz as mulheres estéreis em represálias aos homens
Quando todos os Orixás chegaram a terra, organizaram reuniões onde as mulheres não eram admitidas.
Oxum ficou aborrecida por ser posta de lado e não poder participar de todas as deliberações. Para se vingar, tornou as mulheres estéreis e impediu que as atividades desenvolvidas pelos deuses chegassem a resultados favoráveis.
Desesperados, os orixás dirigiram-se a Olodumaré e explicaram-lhe que as coisas iam mal sobre a terra, apesar das decisões que tomavam em suas assembléias. Olodumaré perguntou se Oxum participava das reuniões e os orixás responderam que não. Olodumaré explicou-lhes então que, sem a presença de Oxum e do seu poder sobre a fecundidade, nenhum de seus empreendimentos poderia dar certo.
De volta a terra, os Orixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos, o que ela acabou por aceitar depois de muito lhe rogarem. Em seguida, as mulheres tornaram-se fecundas e todos os projetos obtiveram felizes resultados. Oxum é chamada de Ìyálóòde (Iaodê) título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade.

Refletindo sobre o Itan, podemos observar que Oxum traz a energia do empoderamento feminino, quando as mulheres foram excluídas das decisões importantes, ela demostra seu poder e sua importância perante a sociedade e conquista seu lugar com grande mérito. Fica claro também a importância das águas em nossas vidas, sem água doce não há vida, a vida não se mantém e não se cria sem as águas, precisamos preservar esse bem tão preciso e respeitar a grandeza desse elemento curador.

v  Cores: Amarelo Ouro
v  Saudação: Ore yè yé o!! (Significa – Chamamos a benevolência da mãe)
v  Dia da semana: Sábado
v  Elementos: Águas doces
v  Símbolos: Leque com espelho (Abebé)
v  Oferendas: Omolocum, Pera, melão, mamão, bananas, joias, flores amarelas.

Ore yè yé o mamãe Oxum!
Minhas mais humildes reverencias!
Juliane Camargo
Referências
As Sete Linhas da Umbanda: A religião dos mistérios – Rubens Saraceni – São Paulo: Ed. Madras, 2017;
As Cartas dos Orixás – Celina Fiovarani – São Paulo: Ed. Pensamento, 2009;
Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi – São Paulo: Ed. Companhia das letras, 2001.
Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns na Bahia de todos os santos, no Brasil e na antiga costa dos escravos, na África – Pierre Verger – tradução: Carlos E.M Moura – São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 2012;
Tarô dos Orixás – Ademir Barbosa Junior – Ed. Anubis, 2015;

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