YEMANJA
Yèyé omo ejá ("Mãe cujos filhos são peixes")
Orixá
Yemanja se coaduna com as teorias científicas evolucionistas de que a vida
surgiu no oceano, sendo esse seu campo de força. Ela tem sob sua regência, dentro da ótica divina dos
orixás, a maternidade, a criação e a geração. Assim como no macro toda a vida
começou na água, na cosmologia divina também encontramos a mesma origem. A água
em sua simbologia geralmente se refere as emoções, ao feminino e a processos
inconscientes. Em suma, essa Yabá tráz todos esses aspectos em sua
simbologia, pois representa a memória humana da
origem da vida, trazida no inconsciente por cada ser, de que de alguma
forma saimos do mar, do amor da mãe divina.
Festa de Yemanja (2 de fevereiro) - No sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes |
Dessa
forma, Yemanjá atua diretamente em tudo aquilo que o ser humano, em sua
condição de encarnado, tem como sua criação e geração. Ela é protetora dos
lares e das famílias, das mães, mas não se limita nessa questão de maternidade
literal, na qual dois seres humanos geram uma terceira vida. Ela atua na
maternidade em sentido amplo, no amor incondicional à humanidade e por essa
razão é comumente representada com os braços
abertos, de forma a simbolizar sua receptividade irrestrita. É o orixá que
não se limita a dar origem à toda forma de vida, mas que também acolhe, ampara e protege
a todos.
Ainda
sobre a simbologia de seu campo de força, o oceano, temos que o mar é conhecido
por Calunga Grande,
ou seja, o grande cemitério.
As calungas menores são os cemitérios humanos em terra. Sendo dessa forma, quem
rege o trono oposto à Yemanja, sendo seu parceiro no polo negativo, é orixá Omulu, que em parceria
divina paralisa e neutraliza
os fatores que atentarem negativamente contra a vida ou usarem os poderes de
criação e geração contra as leis divinas.
Esse fator é explicado em partes, por exemplo, pelo sal grosso na água marinha.
O sal grosso, dentro da umbanda, é capaz de retirar e neutralizar todos os
tipos de energia. Nesses termos, temos na movimentação ondina constante que o
mar tem a força de puxar e devolver incessantemente, criar e neutralizar, dar o
bem e sugar o mal, nos auxiliando nesse plano terrestre em nível energético, sendo
capaz de gerar grande serenidade e equílibrio com sua irradiação.
Em
alguns momentos, temos que a mãe divina é representada como Mamãe Sereia,
criatura mítica que é metade mulher, metade peixe.
O peixe, para o entendimento dentro dos orixás, é visto como representação de
fecundidade, aquele que se movimenta com domínio pelas àguas, que simboliza
fartura e busca espiritual pela origem e destino da
alma, natural de todo ser que inicia o processo da inconsciencia para a consciência. Representa
também a Mãe Virgem, aquela que é a origem
de todas as coisas, e que portanto gera em sí e para si mesma a vida.
Em
resumo, a atuação de Yemanja simboliza a espiritualidade e sua busca em
seu sentido mais maternal, o aspecto feminino do Deus criador, que gera a vida em
sí mesma para que ela se desenvolva e para si mesmo retorne. Por isso,
ao se trabalhar na irradiação desse orixá, aspectos inconscientes de memória
e emocionais, questões referentes à maternidade, busca espiritual, processos
criativos e neutralização de
desequilibrios energéticos podem ser trazidos à baila.
***Texto Escrito por: Beatriz (Bia) - Membra Clã do Camaleão - IP-Campinas***
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Templo Polimata Boituva, com louvor e carinho, convida a todos a entrarem em contato com a Mãe Divina, na forma de Yemanjá, junto a todos os Orixás e guardiões. |
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